Em março, especialistas reforçam as orientações para prevenir a doença, mas os cuidados devem ocorrer durante todo ao ano
A Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva – Regional Minas Gerais (Sobed MG), Associação Mineira de Gastroenterologia (AMG) e a Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG) realizam a campanha ‘Março Azul’, em alerta ao Câncer do Intestino. Durante todo o mês, com apoio das entidades regionais, alerta para os riscos da doença, prevenção, diagnóstico e tratamento. A partir do dia 19, a Associação Médica de Minas Gerais (AMMG) ilumina sua sede chamando atenção para o tema.
O câncer de cólon e reto ocupa uma das posições de maior relevância entre os tipos de câncer diagnosticados em Minas Gerais. A taxa de incidência varia conforme a faixa etária e o sexo, sendo mais frequente em pessoas acima de 50 anos, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). O número estimado de casos novos em Minas Gerais por ano é de aproximadamente 5.380; sendo que 2.640 nos homens e 2.740, nas mulheres. As projeções apontam um crescimento contínuo dos casos no estado, seguindo o padrão de outras regiões brasileiras.
Minas Gerais apresenta uma incidência de câncer de cólon e reto intermediária quando comparada a outros estados brasileiros. A taxa bruta de incidência estimada no estado é de 25,2 casos por 100.000 habitantes. Essa taxa é inferior à observada em estados do Sul do Brasil, como Rio Grande do Sul e Santa Catarina, que apresentam algumas das maiores incidências do país. Mesmo assim, Minas ainda se mantém entre as mais altas do Sudeste.
De acordo com o presidente da Sociedade Mineira de Coloproctologia (SMCP), Hélio Antônio Silva, o aumento pode estar associado a fatores como envelhecimento populacional, dieta rica em alimentos ultraprocessados, sedentarismo e predisposição genética. “O câncer de intestino abrange os tumores que se iniciam no cólon (parte do intestino grosso), no reto (a parte final do intestino, imediatamente antes do ânus) e no ânus – também é conhecido como câncer de cólon e reto ou câncer colorretal.”
A boa notícia, explica o especialista, é que a doença pode ser evitada com exames de rastreamento e prevenção. “Grande parte desses tumores se inicia a partir de pólipos, lesões benignas que podem crescer na parede interna do intestino grosso. A retirada desses pólipos durante o exame de colonoscopia consegue evitar que o câncer se desenvolva. Quando a doença é detectada. ainda pode ser tratável e, na maioria dos casos, curável, ao ser diagnosticada precocemente, quando ainda não se espalhou para outros órgãos.”
PREVENÇÃO
Atualmente, cerca de 85% dos casos é diagnosticado em fase avançada, o que aumenta os custos com o atendimento de saúde – cirurgias, quimioterapia, radioterapia – e diminui as chances de cura para um dos tumores malignos mais frequentes e fatais no país. A enfermidade incide em homens e mulheres de forma semelhante, principalmente, a partir dos 45 a 50 anos de idade. É preciso estar atento ao histórico familiar, antecipando o rastreio, de acordo com o médico, quando existe história familiar da doença.
O presidente da SMCP explica que o tumor intestinal pode ser influenciado por diversos fatores de risco, incluindo histórico familiar de câncer, sobrepeso ou obesidade, idade igual ou superior a 45 anos, uma dieta rica em alimentos processados e carne vermelha, tabagismo, consumo excessivo de bebidas alcoólicas, e a presença de doenças inflamatórias intestinais, como retocolite ulcerativa e doença de Crohn.
A prevenção primária, de acordo com o especialista, está fortemente ligada a um estilo de vida saudável, que inclui a prática regular de exercícios físicos, manutenção do peso ideal, abstenção do tabagismo e consumo moderado de bebidas alcoólicas.
Além disso, os exames periódicos têm papel muito importante na prevenção (chamada de prevenção secundária) da doença. Pessoas (tanto homens quanto mulheres) acima de 45 anos, mesmo sem nenhum sintoma, devem procurar orientação médica para a realização dos exames preventivos. Aquelas que têm algum fator de risco devem começar os exames mais cedo, por volta dos 40 anos de idade.
QUAIS OS SINTOMAS?
- Alterações como diarreia ou constipação;
- Inchaço, cólicas, dor ou desconforto abdominal;
- Mudanças na aparência ou sangue nas fezes;
- Anemia, cansaço e perda de peso.
COMO É FEITA A PREVENÇÃO:
- Pesquisa de sangue oculto nas fezes;
- Colonoscopia;
- Remoção dos pólipos.
QUAL O TRATAMENTO?
- Cirurgia;
- Radioterapia;
- Quimioterapia;
- Imunoterapia.
*O tratamento varia conforme o estágio da doença, a localização da lesão, além de seu tamanho e extensão.