Otto Cirne abriga ‘Trans-bordar’
Durante o mês de junho, o Espaço Cultural Otto Cirne abriga a mostra ‘Trans-bordar’. A artista plástica Liliane Coelho transcende às técnicas convencionais, unindo tecido e linhas em peças bordadas e costuradas sob papel Canson Montval (utilizado para técnicas secas e à base de água). As telas são apresentadas com moldura em caixa com vidro.
O tricô da mãe e o crochê da avó despertaram em Liliane o gosto pelo artesanato. Essa forma de arte sempre esteve presente em sua vida e se tornou essencial quando, entre mudanças profissionais do marido engenheiro, ela abandou um cargo público e o acompanhou em diversos municípios Brasil à fora. “Pedi exoneração do Ministério Público e passei a me dedicar exclusivamente à arte têxtil”, revela.
Em João Pessoa (PB), descobriu um ateliê de patchwork (união de pedaços de tecidos para criar uma peça maior) e fez cursos para aprender e aprimorar a técnica. A veia criativa desenvolvida em sua graduação em Publicidade contribuiu, e ainda contribui, em seu processo de criação: “Participei de festivais de patchwork recebendo premiações e, em uma dessas ocasiões, encantei-me pela ‘art quilt’ (processo de acolchoar o tecido para criar uma peça final)”, explica.
Fixando-se em sua cidade natal, Belo Horizonte, a artista estudou no ateliê de Myrian Melo que, inclusive, é uma das profissionais que admira e que a incentivou, seguida da artista têxtil norte-americana Sheila Hicks, da qual gosta muito das produções. Com essas e outras referências, enquadra-se no estilo contemporâneo e suas criações são abstratas, únicas e repletas de cores.
Primeira expsoição
A primeira exposição aconteceu em 2018 em uma mostra de decoração na capital mineira. De lá para cá, outras oportunidades vieram, sendo uma delas participar da Casa Cor Minas, maior evento de design de interiores do país, durante dois anos consecutivos. No ano seguinte, começou a expor em galerias, transgredindo as regras do patchwork e experimentando costura sob papel.
Atualmente, Liliane Coelho trabalha com tecido oriundo de resíduos de confecção. “Em minha pesquisa, interesso-me pela reutilização de materiais e resíduos da indústria têxtil, buscando inspirar, provocar e despertar a sensibilidade do observador”, completa. Ela conta que também está criando peças com corda, outro aprendizado que tem trazido bons resultados.
Pela primeira vez na AMMG, ‘Trans-bordar’ ficar em exposição até o final de junho, de 8h às 21h, de segunda a sábado, e as obras serão comercializadas. O Espaço Cultural Otto Cirne está localizado no hall de entrada do Centro de Convenções e Eventos da Associação Médica de Mina Gerais e é destinado à exposição de obras de arte de autoria de associados e seus dependentes.
Como utilizar o espaço
Médicos não associados e artistas não médicos podem utilizar o espaço, dependendo da disponibilidade na agenda. Interessados devem entrar em contato com a Assessoria de Comunicação, pelo telefone (31) 3247 1608 ou e-mail comunicacao@ammg.org.br.