Depressão pós-parto

Depressão pós-parto

Setembro Amarelo: Conscientização e prevenção do suicídio

Médica alerta para prevalência dos sintomas da depressão durante a gestação e até 12 meses após o parto.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 700 mil suicídios são registrados anualmente em todo o mundo. No Brasil, a estimativa é de 14 mil suicídios por ano, ou seja, cerca de 38 pessoas tiram a própria vida diariamente.

Entre as gestantes, uma em cada quatro apresentará algum transtorno psiquiátrico, sendo a depressão o distúrbio mais comum. Essas alterações mentais estão associadas a um pior prognóstico obstétrico, com menor aderência ao pré-natal e maior mortalidade perinatal, além de impactos negativos na saúde do bebê.

Já a depressão pós-parto (DPP) é uma condição clínica que pode ocorrer nos primeiros meses após o nascimento do bebê. Segundo a médica Daisy Martins, ginecologista membro do Comitê Assistência ao Pré-Natal, Parto e Puerpério da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (SOGIMIG), “a DPP se refere a um episódio depressivo maior, de intensidade grave a moderada, que ocorre até 12 meses após o parto. Os sintomas incluem ansiedade, irritabilidade, anedonia, cansaço, alterações de sono, desânimo persistente, sentimento de culpa e até ideação suicida.”

A prevalência de sintomas depressivos durante a gravidez varia entre 20% e 30%, com taxas maiores no terceiro trimestre. Entre os fatores de risco, o antecedente pessoal de depressão é um dos mais importantes. Outros fatores incluem histórico familiar de doença psiquiátrica, complicações na gravidez, uso de álcool e drogas ilícitas, dificuldades financeiras, suporte familiar precário e violência doméstica.

O apoio da família é crucial para ajudar a mãe a lidar com a depressão pós-parto. “A rede de apoio familiar e multiprofissional é fundamental para a adesão ao tratamento e para minimizar os riscos potenciais da depressão não tratada,” ressalta Daisy Martins. A família pode auxiliar oferecendo suporte para que a mãe descanse adequadamente, reduzindo fatores de estresse e incentivando a prática de atividades físicas e rotinas pré-gestacionais.

BUSCA POR AJUDA MÉDICA

Identificar a depressão pós-parto nem sempre é fácil, pois muitos dos sintomas podem ser confundidos com as mudanças normais do período. No entanto, mulheres com fatores de risco para depressão pós-parto que apresentem tristeza, ansiedade, choro fácil e irritabilidade devem buscar ajuda médica profissional o quanto antes. “É importante que as mulheres sejam cuidadosamente avaliadas para que possam receber o tratamento adequado,” enfatiza a médica.

A depressão pós-parto pode ser tratada com psicoterapia e, em casos mais graves, com a prescrição de antidepressivos. “Pacientes com depressão pós-parto devem ser acompanhadas por uma equipe multidisciplinar, incluindo obstetra, clínico geral e psiquiatra. A comunicação entre todos os envolvidos é essencial para garantir orientações consistentes e aumentar a adesão ao tratamento,” explica Daisy Martins.

Para casos leves a moderados, a psicoterapia é uma opção eficaz, enquanto casos mais graves podem necessitar da associação de psicoterapia com antidepressivos. Em situações extremas, como ideação suicida, a hospitalização psiquiátrica pode ser necessária para garantir a segurança da mãe e do bebê.

Se não tratada, a depressão pós-parto pode ter consequências graves tanto para a mãe quanto para o bebê. A depressão está associada ao maior risco de descontinuação da amamentação, comprometimento do vínculo materno-infantil e desenvolvimento prejudicado da criança, tanto em termos psicomotores quanto sociais. Além disso, a condição pode levar ao suicídio e, em casos raros, ao infanticídio.

Sobre a SOGIMIG

A Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais é uma entidade filiada à Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Possui cerca de 2.000 associados e trabalha para a atualização científica e para a defesa e a valorização dos profissionais da área.

Flávio Amaral 

Assessoria de Imprensa Sogimig 

(31) 9 9235-9531 | flavio@maisinovacao.com.br 

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