Médicas na liderança

Médicas na liderança

Aconteceu na noite do dia 26 de março, o Terça Cultural AMMG: Mulheres médicas na liderança. O encontro, com o formato presencial, recebeu no Centro de Convenções e Eventos da AMMG uma plateia com grandes exemplos de liderança na gestão, educação e outros segmentos.  O bate-papo foi conduzido pela psicóloga clínica e organizacional (UFMG), especialista em percepção, diagnóstico, liderança e gestão, Tânia Mara Costa Leite. Aberto ao público, trouxe muitas informações de como a mulher hoje se posiciona frente ao mercado de trabalho, suas lutas e desafios perante a sociedade.

De acordo com Leite, a linha de frente da área da saúde, é composta por 70% do público feminino. No entanto, para os cargos de liderança ocupam apenas 25% do total.  “Ainda convivemos com uma desigualdade salarial que chega a uma diferença de 25% para menos se comparado ao mesmo ocupado pelo homem. E sabemos que capacidade, conhecimento não faltam para o público feminino.”

Durante o encontro, a psicóloga frisou algumas características marcantes das mulheres na liderança, alguma boas e outras nem tanto. Sua jornada como profissionais e a sobrecarga com o papel de zeladora da família. “Com relação à trajetória das médicas que exercem papéis de liderança, vejo uma evolução, não apenas na apropriação do seu direito a ocupar cargos importantes, como também na determinação em aprender para desenvolver uma liderança calcada em suas capacidades e valores.”

O encontro teve como o objetivo mostrar como o público feminino tem ocupado cargos de relevância, em vários setores, seu papel na economia, família e os avanços de suas conquistas. “Esses eventos trazem uma imensa oportunidade de conscientização a respeito de temas atuais. E a conscientização é o primeiro passo do aprendizado e entendimento real de por onde iniciar um processo de mudança.”

DADOS

De acordo com dados do documento Demografia Médica no Brasil, realizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), mais mulheres têm encarado a carreira médica. Em 2023, dos 575.767 profissionais médicos registrados no CFM, 267.871 (49,8%) eram do sexo feminino, representando o maior número de inscrições em 10 anos. Em um campo que costumava ser predominantemente masculino, essa evolução já é considerada um marco histórico.

DESAFIOS

Ainda assim, existem inúmeros desafios diários enfrentados pelas mulheres na medicina. De acordo com pesquisas as mulheres ainda são direcionadas para especializações consideradas ‘femininas’, como pediatria e medicina de família.

O relatório A Situação das Mulheres e a Liderança na Saúde Global aborda o ‘Paradoxo XX’, 70% dos profissionais da linha de frente da área da saúde são mulheres, mas elas representam apenas 25% dos cargos de liderança.

A atuação das mulheres na Medicina é uma história de luta, conquistas e desafios. Elas enfrentaram muitas barreiras para ingressar na área e ainda lutam para alcançar a equidade salarial e de oportunidades. No entanto, sua presença e contribuição na profissão são inegáveis e cada vez mais reconhecidas e valorizadas.

Fotos: Gláucia Rodrigues