SETEMBRO AMARELO
Saúde mental e a promoção do bem-estar da gestante e do bebê
Mudanças hormonais e emocionais aumentam a vulnerabilidade da mulher e o acompanhamento profissional pode prevenir complicações.
Alterações emocionais durante a gravidez e o pós-parto são comuns, mas quando intensas, persistentes e incapacitantes, podem indicar transtornos mentais que precisam de acompanhamento especializado. No mês de conscientização sobre a prevenção do suicídio e valorização da vida, Setembro Amarelo, a ginecologista Daisy Martins, membro do Comitê de Assistência ao Pré-Natal, Parto e Puerpério da Sogimig, ressalta a importância do cuidado com a saúde mental da mulher desde o planejamento da gestação.
Segundo a médica, os transtornos mais frequentes são depressão e ansiedade, mas também podem surgir ou se agravar quadros como Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), transtorno bipolar, Transtorno do Estresse Pós-Traumático (TEPT), psicose pós-parto e transtornos alimentares. O puerpério imediato é o período de maior vulnerabilidade, mas o primeiro e o terceiro trimestres da gestação também exigem atenção especial.
“Oscilações de humor, cansaço e choro fácil podem ser manifestações naturais da gestação ou do pós-parto. Porém, sinais como tristeza profunda, choro frequente sem motivo claro, pensamentos negativos recorrentes, insônia severa, isolamento social, rejeição ao bebê e, principalmente, ideias suicidas ou autodestrutivas exigem avaliação médica imediata”, destaca Daisy.
A saúde mental materna impacta diretamente a do bebê. Transtornos como depressão ou ansiedade durante a gravidez podem aumentar o risco de parto prematuro, baixo peso ao nascer e dificuldades emocionais e cognitivas na infância. Após o nascimento, quadros não tratados podem prejudicar o vínculo com o bebê, interferindo no desenvolvimento saudável da criança.
Ações preventivas
O pré-natal deve incluir a escuta e o acolhimento em saúde mental, com protocolos já orientados pelo Ministério da Saúde. Em casos leves, o acompanhamento psicológico ajuda a evitar o agravamento dos sintomas. Para casos moderados a graves, pode ser necessário tratamento psiquiátrico, com uso seguro de medicação. O apoio familiar, hábitos saudáveis e grupos de acolhimento também são fundamentais nesse processo.
Para Daisy Martins, ainda é preciso avançar no fortalecimento das redes de apoio e na valorização do puerpério: “É um período muitas vezes solitário para a mulher, mas que exige acompanhamento multiprofissional e espaços de escuta e acolhimento para prevenir complicações emocionais”.
Pré-natal psicológico
“Como estratégia do cuidado, podemos pensar também na realização do pré-natal psicológico que é o acompanhamento realizado por um psicólogo oferecido durante a gestação, com objetivo de preparar emocionalmente a gestante para as transformações que ocorrem nesse período, possibilitando a detecção precoce de fragilidades emocionais, a promoção de fatores de proteção e o fortalecimento da rede de apoio”. A profissional afirma que a incorporação dessa prática ao acompanhamento gestacional favorece uma assistência integral, reforçando a relevância do cuidado contínuo em saúde mental materna.
A especialista ressalta: “Sentir dificuldades emocionais na gestação ou no pós-parto não é sinal de fraqueza. Buscar ajuda é um ato de cuidado e responsabilidade, fundamental para uma maternidade saudável”.
SOBRE A SOGIMIG
A Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais é uma entidade filiada à Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). Possui cerca de 2.000 associados e trabalha para a atualização científica e para a defesa e a valorização dos profissionais da área.
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