No dia 4 de fevereiro, quinta-feira, às 20h, via YouTube, acontece a primeira edição do Estúdio AMMG de 2021 com o tema ‘Gravidez na adolescência – Vamos conversar?’. A presidente do Comitê Científico de Ginecologia Infanto Puberal da Associação dos Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (Sogimig) e do Departamento Científico de Ginecologia Infanto Puberal da Sociedade Mineira de Pediatria (SMP), Cláudia Salomão, vice-presidente do Comitê Científico de Ginecologia Infanto Puberal da Sogimig, Maria Virginia Furquim Werneck Marinho, e a ginecologista especialista em infância e adolescência, Karine Ferreira dos Santos são as especialistas convidadas para falar sobre a melhor maneira de abordar a temática em casa, na escola e nas mídias. O mediador é o diretor científico da Associação Médica de Minas Gerais (AMMG), Agnaldo Soares Lima. A entidade realiza o programa junto à Sogimig e à SMP, com apoio da Associação Brasileira de Obstetrícia e Ginecologia da Infância e Adolescência (Sogia).
São considerados adolescentes pessoas com idades entre 10 e 20 anos incompletos e estes representam entre 20% e 30% da população mundial. No Brasil essa proporção alcança 23% e a gravidez está entre as questões mais prevalentes nessa faixa etária. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a gestação nesta fase é uma condição que eleva a prevalência de complicações para a mãe, para o feto e para o recém-nascido, além de agravar problemas socioeconômicos já existentes.
A taxa de gestação na adolescência no Brasil é alta, com 400 mil casos/ano. Quanto à faixa etária, os dados revelam que em 2014 nasceram 28.244 filhos de meninas entre 10 e 14 anos e 534.364 crianças de mães com idade entre 15 e 19 anos. Conforme a Sogia, no país, um a cada sete bebês tem mãe adolescente. A gravidez na adolescência reduziu um pouco mais. A frequência era 15,5% de todos os partos em 2018 e passou para 14,7% em 2019. Esses dados são significativos e requerem medidas urgentes, de acordo com a OMS. Muitos fatores concorrem para a gestação na adolescência. No entanto, a desinformação sobre sexualidade e direitos sexuais e reprodutivos é o principal motivo.
Em 4 de janeiro de 2019, foi sancionada a lei que que definiu o primeiro dia do mês de fevereiro como marco da ‘Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência’. Trata de um artigo, acrescentado ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), com o objetivo de disseminar informações sobre medidas preventivas e educativas para reduzir a incidência de gravidez na adolescência. O ECA define como criança quem tem até 12 anos incompletos e como adolescente, quem tem idade entre 12 e 18 anos. A oficialização da data, que será celebrada anualmente, foi proposta em 2010 pela então senadora Marisa Serrano (PSDB-MS).
A ginecologista Cláudia Salomão explica que a questão é problema de saúde pública. “O SUS conta com projetos, mas são municipalizados, fazendo com que cada secretaria de município tenha suas ações específicas, enquanto outras nada têm.” Ela completa que há uma grande lacuna na formação de ginecologistas e obstetras, no que tange o atendimento ao adolescente, porque nem todas as residências médicas introduzem o conteúdo. “Queremos criar pautas técnicas e sugerir programas de educação continuada para oferecermos uma melhor assistência a esse público”, conclui.
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