Especialistas alertam sobre as doenças inflamatórias intestinais
E maio a cor roxa, que celebra o tema, ilumina a sede da Associação Médica de Minas Gerais, em Belo Horizonte
As doenças inflamatórias intestinais (DIIs) estão cada vez mais presentes na população. Apesar de não ter cura, especialistas explicam que existem tratamentos. Para alertar a população sobre o tema, a sede da Associação Médica de Minas Gerais (AMMG), em Belo Horizonte, é iluminada de roxo. A Sociedade Mineira de Coloproctologia (SMCP), durante todo o mês de maio, fala em suas redes sociais sobre as DIIs, dentre elas a retocolite ulcerativa e a doença de Crohn. Ainda nos dias 18 e 19 de maio, acontecerá o IbdDay, um evento voltado para médicos que procuram atualização científica sobre o assunto nas áreas da coloproctologia, endoscopia e gastroenterologia. Saiba mais no site: www.ibdday.com.br.
As doenças inflamatórias intestinais causam quadros de inflamação no sistema digestivo podendo causar diarreias, sangramentos e complicações gastrointestinais como obstrução, fístulas e até câncer. De acordo com presidente da SMCP, Juliano Alves Figueiredo, é preciso falar sobre o tema para ajudar a entender melhor o problema e possibilitar que o paciente busque ajuda especializada.
Quais são elas
A doença de Crohn, a mais comum entre as DIIs, é uma inflamação que pode se manifestar em qualquer parte do tubo digestivo – que vai da boca até o ânus. “Não é contagiosa e surge tanto em adultos como em crianças. Também é cientificamente comprovado que fatores como o tabagismo, maus hábitos alimentares e contato com certos tipos de vírus e bactérias podem alterar a evolução da enfermidade”, explica Figueiredo.
Ao contrário da doença de Crohn, a retocolite ulcerativa apresenta inflamação quase que, exclusivamente, na mucosa do intestino grosso e é mais frequente em pacientes mais velhos. Geralmente, o diagnóstico das enfermidades é realizado por meio de exames laboratoriais, radiológicos, colonoscopia e biópsia do intestino. “Ambas podem ser tratadas por meio do uso de medicações orais e injetáveis e, em casos mais graves, pode ser indicada a cirurgia”, comenta o médico.
Segundo Figueiredo, sem causa comprovada, as DIIs podem estar ligadas a fatores hereditários e imunológicos, sendo agravadas pelos maus hábitos de vida. Atingem ambos os sexos, indistintamente, e o diagnóstico acontece geralmente por volta da terceira década de vida. As DIIs acometem, principalmente, jovens em plena atividade, limitando temporária ou definitivamente suas ocupações habituais, influenciando o comportamento na escola, no trabalho, no relacionamento social e familiar, na autoimagem e na atividade sexual.
Sintomas mais comuns
- Diarreia com ou sem a presença de muco ou sangue;
- Dor no abdômen;
- Perda de peso e febre;
- Surgimento de feridas e inflamações na região do ânus;
- Inflamações na boca (conhecidas clinicamente como estomatites);
- Cólicas;
- Dificuldade para eliminação de gases intestinais.