Doe órgãos: salve vidas!

Doe órgãos: salve vidas!

Especialistas alertam para a conscientização da doação de órgãos para transplantes

 

 Setembro Verde: a importância de comunicar o desejo de doar aos familiares

A doação de órgãos para transplantes ganhou espaço na mídia, recentemente, após uma grande personalidade da televisão passar pela necessidade de receber um coração. Junto ao debate, alguns desafios foram levantados, dentre eles: a rejeição das famílias em doar, o desconhecimento sobre o assunto e o curto tempo entre a retirada do órgão e a sua implantação. Atentos à importância em levar informações corretas para a população, a Associação Médica de Minas Gerais (AMMG) ilumina a sua sede e apoia as campanhas realizadas em todo o estado.

O Brasil é referência mundial na área e possui o maior sistema público de transplantes de órgãos, tecidos e células do mundo. Segundo o Ministério da Saúde (MS), em números absolutos, o país é o segundo maior transplantador mundial, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.

Garantido pelo SUS

O procedimento é garantido a toda a população por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), responsável pelo financiamento de cerca de 95% dos transplantes no país. A rede pública de saúde fornece aos pacientes assistência integral e gratuita, incluindo exames preparatórios, cirurgia, acompanhamento e medicamentos pós-transplante.

Contudo, apesar do grande volume de cirurgias realizadas, a quantidade de pessoas em lista de espera para receber um órgão ainda é enorme. De acordo com dados apresentados pelo Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), em junho de 2022, o número de pessoas aguardando um novo órgão ou tecido superou os 50 mil, sendo que quase 17 mil ingressaram na lista de espera durante o primeiro semestre do mesmo ano.

De acordo com o diretor Científico da AMMG e coordenador do Serviço de Transplante de Fígado da Santa Casa de Belo Horizonte, Agnaldo Soares Lima, há anos há um esforço para melhorar o número de doadores para beneficiar mais pacientes que estão na fila. “A fila de espera não é muito grande em Minas, o que não quer dizer que não há pessoas precisando do transplante. Isso reflete um outro tipo de problema que não é dependente da doação, mas sim da organização do estado no referenciamento dos pacientes para os serviços de transplante. Quando no interior de Minas não existe a estrutura necessária para o transplante de fígado e uma pessoa é identificada como um doente que precisa do mesmo, tem que haver uma mobilização das secretarias municipal e estadual de saúde para que ele alcance um serviço transplantador, seja em Belo Horizonte, Montes Claros, Juiz de Fora, Itajubá ou Uberaba, onde há esses serviços no estado. As filas em Minas, sobretudo no que diz respeito ao fígado, são pequenas. Isso significa que pessoas doentes estão sem a devida assistência.”

Importância da doação de órgãos

De acordo com Soares, a doação de órgãos pode ser a única chance de uma pessoa continuar a viver ou voltar a ter qualidade de vida. Atualmente, conforme a Lei nº 11.584/2.007, a doação de órgãos só pode acontecer no caso de paciente em morte encefálica ou parada cardiorrespiratória, após a autorização final da família do doador.

De um doador é possível obter vários órgãos e tecidos para realização do transplante. Podem ser doados rins, fígado, coração, pulmões, pâncreas, intestino, córneas, válvulas cardíacas, pele, ossos e tendões. Com isso, muitas pessoas podem ser beneficiadas com os órgãos e tecidos provenientes de um mesmo doador.

Alguns dados importantes

Quais são os órgãos e tecidos que podem ser doados por doadores vivos?

Rim, parte do fígado e parte do pulmão.

 

Quais são os órgãos e tecidos que podem ser doados por doadores mortos?

Rins, fígado, pâncreas, coração, pulmão e intestino. Já os tecidos são vários. O mais frequente deles são as córneas. Mas também podem ser doados ossos, tendões, válvulas cardíacas.

 

Quais são os requisitos para que uma pessoa viva doe órgãos?

A pessoa tem que ter condições clínicas, estar habilitada e ter consciência dos riscos relacionados à doação.

 

Há limites de idade para doação de órgãos, seja por doadores vivos ou mortos?

Não há limites de idade, mas o doador vivo tem que ter, no mínimo, 18 anos.

 

Após a retirada do órgão, em quanto tempo ele tem que ser transplantado?

Cada órgão tem o seu tempo para ser transplantado, que pode variar de quatro horas (como pulmão e o coração) até 24 horas (como o rim).