Diabetes gestacional

Diabetes gestacional

14 de novembro

Dia Mundial do Diabetes

Especialista alerta sobre os riscos do diabetes gestacional

para a saúde da mãe e do bebê.

O diabetes afeta milhões de pessoas no Brasil e no mundo. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE – Censo 2022), aproximadamente 20 milhões de brasileiros, ou 10% da população, têm diabetes. Entre as mulheres, o número de diagnósticos é superior ao dos homens, conforme a pesquisa Vigitel Brasil 2023 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico).

Entre os tipos de diabetes, o que surge especificamente durante a gestação, conhecido como Diabetes Mellitus Gestacional (DMG), é uma condição menos discutida, mas igualmente preocupante. A presidente do Comitê de Gravidez de Alto Risco e Medicina Fetal da SOGIMIG (Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais), Suzana Pires do Rio, explica que o DMG afeta cerca de 14% das gestações no mundo e está associado a graves complicações para a saúde materna e neonatal.

“O DMG ocorre quando a mulher apresenta altos níveis de glicose no sangue pela primeira vez durante a gestação. Ao contrário do diabetes tipo 1 ou tipo 2, que podem ser diagnosticados em qualquer momento da vida, o DMG é detectado especificamente durante o pré-natal e exige cuidados especiais”, afirma a especialista.

Complicações para mãe e bebê

O diabetes gestacional não tratado ou mal controlado pode oferecer riscos. Para a mãe, hipertensão gestacional, pré-eclâmpsia e até lacerações durante o parto devido ao tamanho do bebê. Em longo prazo, as mulheres com histórico de DMG têm um risco maior de desenvolver diabetes tipo 2 e outras condições crônicas, como doenças cardiovasculares e renais.

Para o bebê, as complicações incluem malformações congênitas – quando há o diagnóstico de diabetes tipo 1 ou 2 antes da gestação e não há controle por parte da mulher, prematuridade e risco aumentado de problemas respiratórios ao nascer. Hipoglicemia neonatal e hiperbilirrubinemia também exigem cuidados intensivos. Suzana destaca que o ambiente intrauterino com altos níveis de glicose pode ter impactos ao longo da vida do bebê: “Estudos mostram que filhos de mães diabéticas têm até cinco vezes mais risco de desenvolver diabetes e duas vezes mais chances de desenvolver obesidade”.

Diagnóstico e prevenção

O pré-natal é a ferramenta mais eficaz para diagnosticar e gerenciar o diabetes gestacional. No Brasil, as recomendações incluem exames de glicemia de jejum na primeira consulta pré-natal e o teste de tolerância à glicose entre a 24ª e a 28ª semana de gestação. Caso o diagnóstico de DMG seja confirmado, as gestantes recebem orientações sobre dieta, atividade física e, se necessário, terapia com insulina.

A terapia nutricional é essencial para controlar a glicemia e prevenir complicações. A dieta deve ser fracionada e equilibrada, com carboidratos complexos e ricos em fibras. O acompanhamento multidisciplinar, envolvendo endocrinologista, nutricionista e educador físico, é recomendado para um tratamento eficaz.

Cuidados no pós-parto

Mesmo após o parto, o risco de diabetes persiste. Mulheres com histórico de DMG devem realizar novos exames entre 6 e 12 semanas após o nascimento e fazer triagem anual para diabetes. Mudanças no estilo de vida, como alimentação saudável e exercícios regulares, são recomendadas para reduzir o risco de diabetes a longo prazo.

Sobre a Sogimig

A Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais é uma entidade filiada à Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Com cerca de 2.000 associados, a SOGIMIG atua para a atualização científica e defesa dos profissionais da área.

Contato para imprensa

Flávio Amaral 

Assessoria de Imprensa Sogimig 

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