Autismo: o que você sabe?

Autismo: o que você sabe?

Autismo: você conhece bem sobre isso?

 

Abril Azul: ‘Mais Informação, menos preconceito’, campanha alerta para a necessidade de uma maior discussão sobre o tema

 

O dia Mundial de Conscientização do Transtorno do Espectro Autista (TEA) é comemorado no dia dois de abril. A Associação Brasileira de Neurologia e Psiquiatria Infantil – Capítulo Mineiro (Abenepi – MG) propõe, durante esse mês, uma reflexão com toda a sociedade. A Associação Médica de Minas Gerais (AMMG) apoia a iniciativa e ilumina sua sede de azul, cor mundial da campanha que este ano tem como mote central ‘Mais Informação, menos preconceito’.

 A presidente da Abenepi-MG, a neuropediatra infantil Marli de Araújo Marra, explica que o TEA é um transtorno do neurodesenvolvimento e, nos últimos estudos, mostrou uma prevalência que em cada 44 crianças, uma tem o espectro. Ele se manifesta com comprometimento da interação social, presença de comportamentos restritivos e/ou repetitivos e atraso da linguagem verbal. A criança pode apresentar dificuldade de mudanças de rotinas, hiperfoco em determinados temas ou assuntos, dificuldade em fixar o olhar nas pessoas, alterações dos processamentos sensoriais com sensibilidades aumentadas a alguns ou reduzidas para outros. “Por exemplo, alguns sons podem deflagrar nervosismo. É frequente a associação com outros sintomas como: irritabilidade, desatenção, agitação motora, ansiedade, transtornos de aprendizagem, distúrbios do sono, convulsões, dentre outros.”

 

Entenda Mais

A neuropediatra lembra ainda que falar não é comunicar. Na linguagem verbal é necessário a criança conseguir se expressar e compreender o que está sendo falado. “Conviver com pessoas que estão dentro do Transtorno do Espectro Autista é cada vez mais comum, mas para os pais, que recebem o diagnóstico fica a grande dúvida: meu filho irá levar uma vida normal? Ele conseguirá fazer as atividades do dia a dia? Ele será independente no futuro?”

A especialista fala também da necessidade de um maior preparo das instituições de ensino, que têm um papel fundamental no desenvolvimento de toda criança. Marra, reforça que para a criança que não é neurotípica isso não é diferente, porém, é preciso todos estarem preparados para os desafios extras e preconceitos que, diante de uma grande diversidade de pessoas, sem dúvida, podem aparecer.

 

Lei Berenice Piana

No Brasil existe a Lei Berenice Piana nº12.764, criada em 2012, como uma Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com transtornos do espectro autista. Além disso, a Constituição, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o Estatuto da Pessoa com Deficiência também determinam direitos dos autistas. Em relação à educação, a lei estabelece uma série de direitos do aluno com necessidades especiais e impõe deveres às escolas — tanto públicas quanto particulares — no que diz respeito à inclusão. Apesar disso, na prática, muitas instituições ainda negligenciam essas regras, o que faz com que os pais e as mães de crianças autistas tenham de recorrer à Justiça para terem os direitos de seus filhos assegurados.

Para Marra a intervenção precoce adequada e os estímulos para o desenvolvimento da criança com TEA devem ser feitos por equipe multidisciplinar. “É uma força tarefa que envolve neurologistas, psiquiatras, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, psicopedagogos, dentre outros. A terapia padrão-ouro para os principais sintomas do TEA no momento atual é a terapia comportamental, que é mais eficaz se iniciada no início da vida reforça a médica.

 

VIII Congresso Mineiro Abenepi

E para discutir sobre este, dentre outros temas, a Abenepi MG promoverá o VIII Congresso Mineiro Abenepi, nos dias de 19 e 20 de maio, no Centro de Convenções e Eventos da Associação Médica de Minas Gerais (Cencon AMMG), em BH. Profissionais de várias áreas como psiquiatras, neurologistas, pediatras, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, neuropsicólogos, entre outros estarão reunidos para debater sobre os desafios, impostos desde a pandemia, passando pelas novidades em diagnósticos, até as mais recentes abordagens e tratamentos das crianças e adolescentes.