Mostra traz fotos de mulheres que conviveram com o câncer de mama. Exposição aberta ao público marca as celebrações do Outubro Rosa.

Durante todo o mês de outubro, fotos de mulheres marcadas pelo câncer de mama visitam o Espaço Cultural Otto Cirne, na sede da Associação Médica de Minas Gerais (AMMG), Avenida João Pinheiro, 161, Centro, Belo Horizonte, com a exposição aberta ao público ‘Pérolas’. Em preto e branco, o trabalho feito pelas lentes do fotógrafo Jean Assis revela o retorno da autoestima de pacientes que tiveram seus sonhos interrompidos pelo agressivo tratamento da enfermidade.

As imagens fazem parte do acervo do grupo ‘Pérolas de Minas’, criado, em março de 2015, para apoiar psicologicamente e promover a troca de experiências entre as participantes. Ana Carolina Calabro Queiroga, umas das fundadoras, foi diagnosticada com o câncer de mama aos 36 anos. Hoje, aos 41, e ainda em acompanhamento médico, sente-me mais forte e apta a dar suporte às companheiras de luta contra a doença.

A sessão de fotos, que culminou na exposição, foi realizada em dois dias, tempo suficiente para despertar sentimentos antes escondidos por traz da quimioterapia, da mastectomia, e da continuidade do tratamento mesmo após a retirada completa do tumor. “Ao se olharem no espelho, antes de serem fotografadas, muitas disseram desconhecer sua própria beleza. Elas se sentiram mais felizes e a autoestima foi recuperada”, enfatiza Queiroga.

Assim como cada fotografia exposta, as histórias são únicas. Os cânceres foram descobertos em momentos diversos como na melhor fase do namoro, no começo do casamento, no exame para engravidar, no auge da carreira, no ápice da vida. O grupo ‘Pérolas de Minas’ procura trabalhar nessas diversidades encontrando o ponto comum entre cada mulher que é a vontade de viver a feminilidade em sua plenitude.

De acordo com Queiroga, a ideia de unir as mulheres surgiu quando uma delas recebeu uma mensagem de apoio do compositor mineiro Flávio Venturini. Este, sensibilizado, sugeriu a formação do grupo do qual se tornou padrinho. “Definimos o nosso nome a partir de uma frase do escritor Rubem Alves que diz: ‘Uma ostra que não foi ferida não produz pérolas’. A pérola nasce dos resíduos formados dentro da ostra, assim como nossa força nasce da nossa dor”, explica.

‘Pérolas’ fica em exposição até o final do mês de outubro. Informações sobre o grupo podem ser obtidas pelo meio email perolasminasgerais@yahoo.com.br. O Espaço Cultural Otto Cirne está localizado no hall de entrada da AMMG e é destinado à exposição de obras de arte de autoria de associados e seus dependentes. Médicos não associados e artistas não médicos podem utilizar o espaço, dependendo da disponibilidade na agenda. Interessados devem entrar em contato com a Assessoria de Comunicação da AMMG, pelo telefone (31) 3247 1608 ou e-mail comunicacao@ammg.org.br.