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Janeiro Roxo – Hanseníase

Janeiro Roxo – Hanseníase

A hanseníase é negligenciada, mas a saúde não

 

Campanha ‘Janeiro Roxo’ chama atenção para a doença que tem sido desconsiderada, inclusive, pela indústria farmacêutica

 

Durante a segunda quinzena do mesmo deste mês, a Associação Médica de Minas Gerais (AMMG), em parceria com a Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional Minas Gerais (SBD MG), ilumina sua sede chamando atenção para o ‘Janeiro Roxo’. Com o lema ‘A hanseníase é negligenciada, mas a saúde não!’, especialistas pedem cautela para a doença que está sendo desconsiderada por alguns tomadores de decisão e segmentos da indústria farmacêutica, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

 

De acordo com a presidente da SBD MG, Gisele Viana de Oliveira, a doença não é vista por esses grupos como prioridade em sua prevenção e tratamento. No Brasil, cerca de 30 mil novos casos são detectados todos os anos. “É um dado alarmante, cujo enfrentamento depende, de um lado, do aperfeiçoamento e implementação plena de políticas públicas e, de outro lado, campanhas que ensinem as pessoas a lidar com a patologia.”

 

O Mycobacterium leprae, que provoca a hanseniase, é transmitido por meio de gotículas de saliva eliminadas na fala, tosse e espirro, em contatos próximos e frequentes com doentes que ainda não iniciaram tratamento e estão em fases adiantadas da doença. Por esta razão, conforme Oliveira, todas as pessoas que convivem ou conviveram com o doente devem ser examinadas por um médico dermatologista.

 

A enfermidade apresenta como principais sintomas manchas (esbranquiçadas, amarronzadas e avermelhadas) na pele com mudanças na sensibilidade dolorosa, térmica e tátil. “Uma pessoa com pode segurar uma caneca quente na palma da mão e não sentir o calor ou até mesmo que está se queimando”, explica a presidente da SBD MG.

 

O que a SBD e suas regionais buscam é conscientizar a população sobre as manifestações clínicas da doença e assegurar a todos acesso ao diagnóstico e ao tratamento precoce. “Ao observar sintomas, deve-se procurar ajuda médica. Os postos de saúde contam com equipe de saúde da família para orientar o doente e família sobre o tratamento”, afirma a dermatologista.

 

A campanha também serve para lembrar que quem tem diagnóstico para hanseníase deve começar a tomar os medicamentos prescritos de imediato. Ao fazer isto, o paciente deixa de ser transmissor da doença. A especialista conclui que “é importante não abandonar o tratamento ou deixar de tomar os remédios”.

 

A SBD MG faz ainda um importante alerta: “durante a pandemia da Covid-19 proliferaram clínicas e profissionais não médicos se apresentando como especialistas em pele. Tem sido comum dermatologistas receberem pacientes com diagnóstico de sua doença atrasado por terem procurado tratamento com pessoas não qualificadas. O único especialista apto a diagnosticar, portanto a tratar manchas e outras questões relacionadas à pele é o médico dermatologista. Manchas na pele, por exemplo, podem ser várias doenças”.

 

SINAIS E SINTOMAS

  • Manchas (esbranquiçadas, amarronzadas e avermelhadas) na pele com mudanças na sensibilidade dolorosa, térmica e tátil.
    • Sensação de fisgada, choque, dormência e formigamento ao longo dos nervos dos membros
    • Perda de pelos em algumas áreas e redução da transpiração
    • Inchaço e dor nas mãos, pés e articulações
    • Dor e espessamento nos nervos periféricos
    • Redução da força muscular, sobretudo nas mãos e pés
    • Caroços no corpo
    • Pele seca
    • Olhos ressecados
    • Feridas, sangramento e ressecamento no nariz
    • Febre e mal-estar geral

 

Fonte: Sociedade Brasileira de Dermatologia

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