Especialistas alertam sobre doença inflamatória intestinal
Campanha global ‘IBD Day’ busca conscientizar sobre o problema e seu impacto na qualidade de vida das pessoas
SIMPÓSIO IBD DAY PARA MÉDICOS
Dia 20 de maio (sábado)
Horário: 8h às 18h.
Local: Associação Medica de Minas Gerais (Av. João Pinheiro, 161 – Centro – BH).
CAMPANHA ABERTA À POPULAÇÃO
Dia 21 (domingo)
Horário: 9h às 13h
Local: Parque Municipal Américo Renné Gianetti (Av. Afonso Pena, 1377 – Centro – BH)
Instituições de diversos países unem esforços em torno da conscientização sobre a IBD (Inflammatory Bowel Disease). Em todo o mundo, cinco milhões de pessoas vivem com Doença Inflamatória Intestinal (DII). Em Belo Horizonte, a Sociedade Mineira de Coloproctologia e a Sociedade de Gastroenterologia e Nutrição de Minas Gerais (SMGN MG) promovem, com o apoio da Associação Mineira de Doenças Inflamatórias Intestinais (AMDII), a ‘Campanha IBD Day’. Dia 20, de 8h às 18h, na Associação Médica de Minas Gerais (AMMG), acontece um simpósio para médicos. No dia 21, de 9h às 13h, médicos esclarecem à comunidade sobre o problema, no Parque Municipal Américo Renné Giannetti.
A DII pertence a um grupo de doenças inflamatórias crônicas, de causa desconhecida, que envolve o aparelho digestivo. São elas: a retocolite ulcerativa e a doença de Crohn. Ambas apresentam manifestações clínicas e evolutivas diversas, determinadas por vários fatores, como localização e extensão da área de acometimento, grau de atividade e gravidade do processo inflamatório, complicações da doença e a presença ou não de manifestações extraintestinais. Os mais comuns são: dores, distensão e desconforto abdominais, associados à alteração do hábito intestinal (quase sempre diarreias), à presença de muco e/ou sangue nas fezes e a sintomas anais (dor, ardor e sangramento locais). Ao longo da vida, esse quadro clínico apresenta modificações e, devido à grande variabilidade clínica, o diagnóstico pode ser um desafio em alguns pacientes.
De acordo com o presidente da Sociedade Mineira de Coloproctologia, Antônio Hilário Alves Freitas, a doença inflamatória intestinal tem um impacto negativo na qualidade de vida das pessoas, pois requer atenção médica prolongada e representa um peso social importante. Freitas explica que a DII tem distribuição uniforme entre homem e mulher e acomete, principalmente, pessoas jovens, com maior de incidência entre 15 e 30 anos, embora possa ocorrer em qualquer idade. Há um segundo pico entre os 50 e 70 anos. Nesta faixa de idade, o controle tende a ser mais complicado pela presença de outras patologias, como hipertensão arterial e diabetes, com o uso de vários medicamentos para tratar as doenças concomitantes, diz o especialista.
Pesquisa realizada pela Organização Europeia de Doença de Chron e de Retocolite Ulcerativa e pela Associação das Federações de Chron e Retocolite Ulcerativa, a incidência das doenças intestinais cresceu 15 vezes nas últimas décadas nos grandes centros urbanos. Divulgado em fevereiro de 2013, o estudo revelou ainda que, dez anos após o diagnóstico, 53% dos pacientes serão hospitalizados e 44% serão afastados de atividades diárias em decorrência de complicações da doença. A pesquisa mostrou também que cerca de 20% das pessoas com DII apresentam sintomas de forma contínua e que aproximadamente 40% dos pacientes têm manifestações extraintestinais, com acometimento das articulações, pele, lesões oculares e hepatobiliares, entre outras.
Freitas fala que apesar de não haver cura, existe tratamento para a DII. “Pode ser indicado o uso de medicamentos como antibióticos, corticosteroides, imunomoduladores e probióticos, além de terapias nutricionais e biológicas e, até mesmo, intervenção cirúrgica.” Os objetivos são controlar os sintomas induzindo a remissão da doença, otimizar a qualidade de vida, minimizar a toxicidade dos medicamentos utilizados a curto e longo prazos, restaurando e mantendo o estado nutricional, além de promover o desaparecimento das lesões inflamatórias.