A Comissão de Controle do Tabagismo, Alcoolismo e Uso de Outras Drogas da Associação Médica de Minas Gerais (Contad AMMG) faz coro ao alerta do Instituto Nacional do Câncer (Inca) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), no Dia Mundial Sem Tabaco, celebrado em 31 de maio. O tema de 2022 é ‘Tabaco: uma ameaça ao meio ambiente’, isto porque além de matar mais de oito milhões de pessoas todos os anos, os produtos do tabaco destroem também o meio ambiente. A importância do tema escolhido está em alertar e informar a população sobre os danos causados ao meio ambiente em razão do cultivo, da produção, do uso e do descarte de itens à base de tabaco. Tais produtos trazem prejuízos ambientais em todas as etapas de seu ciclo de vida. Para reforçar a mensagem, a Contad participa do PodCast AMMG, com os médicos e integrantes da Comissão, Maria das Graças Rodrigues (pneumologista pediátrica) e Joseph Antônio Freire (pneumologista). Ouça na aba PodCats do site da AMMG.
Durante o processo de produção do tabaco são geradas toneladas de lixos, tanto sólidos quanto resíduos químicos (contendo substâncias como a amônia e o tolueno). Há também um gasto grande de água e energia. A fabricação e o consumo de cigarros envolvem o uso de papéis, plásticos e ainda há todo o material utilizado na confecção e o uso adicional de fósforos e isqueiros para acender os cigarros e outros produtos de tabaco fumígenos. A OMS divulgou alguns dados que exemplificam o impacto ambiental causado pela indústria do tabaco durante a fabricação, sendo 600 milhões de árvores cortadas; 84 milhões de toneladas de emissões de gás carbônico liberadas no ar, elevando as temperaturas globais e 22 bilhões de litros de água gastos.
Rodrigues chama a atenção que, assim como o tabaco convencional, os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEF’s), contêm resíduos plásticos, eletrônicos e químicos e causam também um grande impacto no meio ambiente, além de causar graves consequências à saúde. Apesar dos resultados da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel, 2019) demonstrarem uma significativa redução da prevalência de fumantes, em pessoas com 18 anos ou mais, para 9,8% e uma queda de 37,6% na prevalência do tabagismo no Brasil as conquistas vêm sendo ameaçadas nos últimos anos, em consequência das estratégias de marketing da indústria do tabaco, dirigidas principalmente ao público jovem para vender os DEF’s.
A pneumologista pediátrica alerta para o fato de que eles também têm substâncias tóxicas e cancerígenas, sendo identificadas mais de 80 delas em seus aerossóis. “O que nos preocupa é o fato de que crianças, adolescentes e jovens que experimentam os DEFs têm um risco de iniciação no uso de cigarros convencionais duas a quatro vezes maior do que os que não os experimentam. Sendo frequente, o uso concomitante dos dois tipos de produtos. Os cigarros eletrônicos podem provocar alterações no desenvolvimento cerebral, ansiedade e dificuldades de aprendizagem em adolescentes. Outro problema grave é que as indústrias tentam atrair este público com dispositivos com cores, formatos e sabores atraentes, dando a ele até mesmo a possibilidade de fazer um DEF personalizado.”
Fica o alerta da OMS: ‘Cada cigarro ou produto de tabaco consumido desperdiça recursos naturais. Além disso, a fumaça do tabaco contribui para níveis mais altos de poluição do ar (contendo três tipos de gases de efeito estufa).
Contribua para um meio ambiente mais saudável, sem tabaco e resíduos
Fonte: OMS/2022