Por mais um ano, o tema proposto para celebrar o Dia Nacional de Combate ao Fumo, 29 de agosto, é ‘Tabagismo e Coronavírus (Covid-19)’ porque o tabagismo, também considerado uma pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS), tem papel de destaque no agravamento da pandemia causada pelo novo coronavírus. A doença vitimou no Brasil, até meados deste mês, quase 570 mil pessoas.
A data foi criada em 1986 pela Lei nº 7488, e é a primeira legislação em âmbito federal relacionada à regulamentação do tabagismo no Brasil. Tem como objetivo reforçar as ações nacionais de sensibilização e mobilização da sociedade brasileira, para os danos sociais, políticos, econômicos e ambientais causados pelo tabaco.
Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), publicada em 2019, mostrou que 30,9% dos fumantes brasileiros que visitaram um médico não foram aconselhados a parar de fumar. Baseados nesses dados, o Programa Nacional de Controle do Tabagismo lançou, em comemoração ao Dia Nacional de Combate ao Fumo, a publicação ‘Abordagem breve/mínima/básica na cessação do tabagismo’, que pode ser acessada pelo site do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
De acordo com a presidente da Comissão de Controle do Tabagismo, Alcoolismo e Uso de Outras Drogas da Associação Médica de Minas Gerais (Contad AMMG), a pneumologista Maria das Graças Rodrigues, a exposição à fumaça do tabaco é o principal fator de risco para doenças respiratórias, infecções bacterianas, virais e tuberculose, pois causa mudanças estruturais no sistema respiratório e redução da resposta do seu sistema imunológico.
A pneumologista explica a utilização de qualquer produto do tabaco apresenta os mesmos riscos de complicações da Covid-19. “O uso de narguilés e cigarros eletrônicos é uma ameaça para a transmissão do coronavírus, pois o usuário exala gotículas de vapor, propagando o Sars-Cov-2. O compartilhamento de mangueiras e piteiras, narguilé, cigarros eletrônicos e aquecidos, sem prévia e adequada higienização, também aumenta o perigo de transmissão do Sars-Cov-2.”
Entre os indivíduos que evoluem para as formas mais graves da Covid-19 e até para a morte, encontram-se aqueles com quadros de diabetes mellitus, hipertensão arterial, Doenças Pulmonar Obstrutiva Crônica – DPOC (enfisema pulmonar, bronquite crônica etc), câncer e outras doenças frequentemente causadas pelo tabagismo.
A presidente da Contad esclarece que as evidências sugerem que parar de fumar por quatro semanas ou mais reduz o risco de desenvolver a Covid-19 e suas graves complicações, bem como de outras infecções pulmonares.