No dia 10 de setembro foi celebrado o ‘Dia Mundial da Prevenção ao Suicídio’, campanha adotada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e por mais de cinquenta países em todo o mundo. Nesta data, a Associação Médica de Minas Gerais (AMMG) em parceria com a Associação Mineira de Psiquiatria (AMP) realizaram a Reunião Multidisciplinar sobre Suicídio, na sede da entidade. Além de psiquiatras, participam representantes da clínica médica, geriatria, ginecologia, medicina do trabalho e pediatria.
A abertura do encontro foi feita pelo vice-presidente da AMP e presidente da Associação Latinoamericana e do Caribe de Suicidologia (Asulac), Humberto Correa, que deu um panorama sobre a história do suicídio ao longo da história da humanidade. De acordo com Correa, o problema sempre existiu, o que muda é a forma como ele é encarado de cultura para cultura. “O que sabemos é que o estigma perdura por séculos até hoje. E ainda convivemos com um atendimento precário no meio médico diante deste assunto.”
O problema foi debatido por profissionais da saúde e por médicos, e contou ainda com a participação do Centro de Valorização à Vida (CVV) e de expressiva presença de militares, meio em que vem sendo registrado índice elevado de mortes.
Para o psiquiatra e membro da Academia de Medicina, José Raimundo Lippi, é importante falar sobre o assunto e procurar tratamento. O voluntário do CVV, Luiz Augusto de Souza, também acredita que o fato do tema ser ainda um tabu na sociedade, dificulta a prevenção.
A psicóloga e integrante da equipe que atende esses casos no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, Luciene Oliveira, trouxe ao público uma reflexão. “É preciso colocar-se no lugar do outro, não julgar. Acolher esse paciente, ouvir e pedir a toda equipe, seja ela de médicos ou profissionais da saúde, que tenham respeito.”
Durante a reunião, que se manteve lotada todo o tempo e com olhares atentos dos participantes, foi apresentado também o suicídio adolescência e juventude, em idosos, em médicos, no trabalho, o uso de drogas e o suicídio e a importante identificação de fatores de risco.
Ao final das apresentações da manhã e tarde ainda foram realizados debates sobre o tema, com os participantes tirando dúvidas e expondo suas opiniões.
Os presentes foram também convidados a participarem no sábado, dia 17 de setembro, de 8h às 12h, na Praça da Liberdade, da caminhada para sensibilizar a comunidade sobre o tema. A iniciativa é uma promoção da Associação Mineira de Psiquiatria (AMP), em parceria com a Associação Medica de Minas Gerais (AMMG) e o Centro de Valorização da Vida (CVV).
Veja os Números
No Brasil, uma pessoa morre vítima de suicídio a cada 45 minutos, e ao menos outras 60 tentam tirar a própria vida por dia;
No mundo, uma pessoa se mata a cada 40 segundos;
Segundo pesquisa da Unicamp, 17% dos brasileiros pensaram seriamente em cometer suicídio no decorrer de suas vidas;
Nove em cada 10 casos poderiam ser evitados;
Quem tenta suicídio pede ajuda, ao contrário do diz o mito.
Fonte: World Health Organization
Fotos: Túlio Costa