Mês de Prevenção às Doenças Renais Crônicas
As patologias renais são um problema de saúde pública mundialmente conhecido. Estima-se que uma em cada dez pessoas tenha algum grau de da doença.
O tema do Dia Mundial do Rim em 2021 é ‘Vivendo bem com a doença renal’. Para celebrar e conscientizar a população sobre as Doenças Renais Crônicas (DRC´s), a Associação Médica de Minas Gerais (AMMG) ilumina sua sede na primeira quinzena de março, em Belo Horizonte, de vermelho. Parceira nessa campanha, a Sociedade Mineira de Nefrologia (SMN) orienta sobre os sintomas, medidas eficazes de prevenção e informações sobre a progressão das DRC´s que atingem, hoje, uma em cada dez pessoas, com incidência e prevalência que variam de região para região.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), em 2002 eram 48 mil pacientes que realizavam diálise no Brasil. Já em 2020, esse número subiu para 140 mil. São 40 mil novos casos por ano. Segundo dados do Global Burden of Disease Study de 2017, a mortalidade por DRC no país aumentou com alarmantes 44% nos últimos dez anos, tornando-se a décima principal causa de morte. Globalmente, a DRC é a décima nona principal responsável por anos de vida perdidos e a sétima em provocar mais deficiências.
Conforme o nefrologista e presidente da SMN, Renato Jorge Palmeira de Medeiros, Minas Gerais possui uma ampla rede de nefrologia, distribuída em diversas regiões do estado, prestando serviço de excelente qualidade, com aproximadamente 100 centros para o tratamento., em sua maioria credenciada pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Por ser um dos setores mais bem organizados dentro do SUS, com alguns ajustes que se fizeram necessários, a excelência no atendimento foi mantida desde o início da pandemia. São cerca de 15 mil pessoas, em Minas, utilizando esses serviços, sem dificuldade de acesso à terapia dialítica, como acontece em outros estados e em algumas regiões de nosso país. Existe um subfinanciamento do setor, pois o custo desse serviço tem aumentado diariamente, e muito. A tabela de remuneração do SUS não tem reajuste já há uma longa data.”
Para o vice-presidente da SBN e ex-presidente da SMN, Daniel Calazans, mesmo que o crescimento absoluto significativo represente 610 pacientes por milhão de habitantes (PMP), este número ainda é menor que o observado em países vizinhos como Uruguai, Chile e México, onde a taxa passa de mil pacientes PMP. “Isso indica que estamos diagnosticando em menor proporção essa condição na nossa população, elevando, consequentemente, sua taxa de mortalidade. Desses, apenas 7.8 % estão em programa de Diálise Peritoneal (DP).”
Sobre a Doença Renal Crônica
A doença renal crônica (DRC) se caracteriza por lesão nos rins que se mantém por três meses ou mais, com diversas consequências, pois os rins têm muitas funções, dentre elas: regular a pressão arterial, “filtrar” o sangue, eliminar as toxinas do corpo, controlar a quantidade de sal e água do organismo, produzir hormônios que evitam a anemia e as doenças ósseas, entre outras. Em geral, nos estágios iniciais, a DRC é silenciosa, ou seja, não há sintomas ou são poucos e inespecíficos. “Por isto, o diagnóstico pode ocorrer tardiamente, quando o funcionamento dos rins já está bastante comprometido, com impossibilidade de reversão da doença, quando se faz necessário início tratamento de diálise ou transplante renal. Assim, são fundamentais a prevenção e o diagnóstico precoce da doença, com exames de baixo custo, como a creatinina no sangue e o exame de urina simples.
Fonte: SBN