Plenária no Senado tem como foco a nefrologia brasileira no ‘Dia Mundial do Rim 2018’
Presidente da Sociedade Mineira de Nefrologia mostra realidade de subdiagnóstico e falta de serviços de diálise
No ‘Dia Mundial do Rim’, este ano celebrado em 8 de março, antecedendo o dia do nefrologista (9 de março), foi marcado pela Plenária no Senado com a participação da Sociedade Brasileira de Nefrologia, Associação Brasileira de Centros de Dialise e Transplante (ABCDT) e associação de pacientes. A Sociedade Mineira Nefrologia (SMN) foi representada pelo seu presidente Daniel Calazans, em Brasília, que falou sobre a Doença Renal Crônica (DRC) que atinge 10% da população mundial e afeta pessoas de todas as idades e raças.
O presidente da SMN apresentou a real situação do sistema de terapia renal substitutiva no Brasil: No país, a maior parte dos diagnósticos já é dada na etapa final da DRC, o que dificulta o manejo e a reversão do quadro do paciente”, explica. Segundo ele, há regiões com subdiagnósticos e com carência de serviços de hemodiálise. “Infelizmente, enfrentamos outro problema que é o reduzido número de transplantes renais, pois realizamos no último ano apenas 48% da necessidade estimada”, completa Calazans.
Daniel Calazans relatou que, em sua fala na plenária do Senado, clamou aos parlamentares apoio para adequações na Portaria 389, que define os critérios para a organização da linha de cuidado da Pessoa com Doença Renal Crônica (DRC) e institui incentivo financeiro de custeio destinado ao cuidado ambulatorial pré-dialítico. “O repasse para os serviços de hemodiálise não é suficiente. Ao final da sessão, pude me reunir com senadores e deputados para solicitar apoio dos órgãos públicos. Vamos continuar cobrando do Governo soluções para resolver de vez as questões que envolvem o cuidado com o paciente renal”, conclui.
O que é DRC? Como é tratada?
Doença renal crônica (DRC) é a perda progressiva da função dos dois rins. Quando os rins falham e a capacidade de funcionar cai abaixo de determinado nível, o que chamamos de insuficiência renal, as impurezas não são retiradas do sangue e afetam os órgãos do nosso corpo, como o coração, pulmões, músculos, estômago e cérebro. Isso pode se tornar uma ameaça à vida da pessoa e requer atenção urgente. Atualmente não existe cura para a DRC. Os tratamentos atuais são as diálises (filtragem do sangue por outros meios) ou o transplante (que depende de um doador compatível), e devolvem parte da qualidade de vida do paciente.
Como é detectada?
No começo, a DRC não tem sintomas. A pessoa pode perder 90% da função renal sem perceber. Por isto a prevenção e a detecção precoce são essenciais, pois permitem controlar o avanço da doença e a necessidade de tratamentos mais complexos. Exames de urina e de sangue podem detectar o início da doença.
Quais são as causas da DRC? Quem está no grupo de risco?
Hipertensão arterial (pressão alta) e diabetes são as causas mais comuns de DRC. Pode afetar pessoas de todas as idades e raças. O risco é maior para pessoas mais velhas, sofrem de diabetes e/ou pressão alta, tem pessoa na família que tenha DRC, ou seja, de origem africana, hispânica, oriental ou aborígene. Se a pessoa está no grupo de risco deve obrigatoriamente consultar um nefrologista periodicamente.
Como prevenir a DRC?
1. Mantenha-se em forma e pratique atividade física regularmente;
2. Controle o nível de açúcar no sangue (glicemia) para evitar o diabetes;
3. Monitore sua pressão arterial;
4. Mantenha sua alimentação saudável e evite o sobrepeso;
5. Mantenha-se hidratado, tomando líquidos não alcoólicos;
6. Não fume;
7. Não tome remédios sem orientação médica;
8. Consulte um médico regularmente para verificar a situação dos seus rins.
Fonte: Sociedade Brasileira de Nefrologia