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Multidisciplinar: HPV e seus riscos

11 de julho de 2017

Infecções por HPV: Mitos e Verdades é tema de encontro

A Associação Médica de Minas Gerais (AMMG) realizou em Belo Horizonte, no dia 8 de julho (sábado), mais uma edição de sua Reunião Multidisciplinar com o tema: HPV - Uma abordagem Multidisciplinar, envolvendo diversas especialidades médicas. Promovida pela Diretoria Científica da AMMG e coordenada pela Associação Brasileira de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia – Capítulo Minas Gerais, o encontro trará um dos maiores especialistas na área, o médico e pesquisador Edson Fedrizzi, professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e diretor do Centro de Pesquisa Clínica do ‘Projeto HPV’, onde são desenvolvidas várias pesquisas na área sobre Doenças Sexualmente Transmissíveis - DST/HPV.

De acordo com a ginecologista e obstetra e diretora da AMMG, Maria Inês de Miranda Lima, o HPV causa lesões condilomatosas em homens e mulheres e está relacionado ao câncer de colo do útero, anal, de pênis, de vulva e de orofaringe. “Diante dessa grande implicação é fundamental promover a atualização dos mais diversos profissionais envolvidos: ginecologistas, urologistas, proctologistas, dermatologistas, otorrinolaringologistas, pediatras, dentre outros profissionais.”

Segundo a especialista, a infecção pelo HPV é muito frequente, mas transitória, regredindo espontaneamente na maioria das vezes. No pequeno número de casos nos quais ela persiste e, especialmente, é causada por um tipo viral oncogênico, onde pode ocorrer o desenvolvimento de lesões precursoras, que se não forem identificadas e tratadas podem progredir para o câncer.

Para Maria Inês, a baixa cobertura vacinal é um os grandes problemas para vencer a doença. “A vacinação para meninas, indicada de 9 a 13 anos alcançou cobertura de 90% na primeira dose, em 2015. Na segunda dose, os índices estão em torno de 50%. O que é muito ruim, pois para alcançar a proteção necessária são necessárias duas doses.” Segundo Miranda, vários fatores interferem para esse quadro. Um deles é o fato da vacinação ter saído das escolas e a outra, a propagação de efeitos adversos em meninas, que até hoje não foi comprovada cientificamente.

Segundo o pesquisador Edson Fedrizzi, houve nos últimos anos uma diminuição na aplicação de todas as vacinas. “Associamos isso a falta de informação. E isso é muito grave porque doenças que não surgiam mais, voltam a aparecer devido a baixa cobertura vacinal. E se elas não haviam reaparecido foi justamente por causa do sucesso das eficácias das vacinas”, explica.

Na mulher, o HPV pode desencadear um tumor a partir de lesões precursoras no colo do útero, totalmente curáveis na maioria das vezes. Se não tratadas, podem, após muitos anos, se transformarem em câncer. Estima-se que somente cerca de 5% das pessoas infectadas pelo HPV desenvolverá alguma forma de manifestação.

Para os meninos, que também podem sofrer com a infecção, a chegada da vacina na rede pública foi aprovada este ano, sendo o Brasil o primeiro país da América do Sul a autorizá-la. “A indicação para está faixa etária se deve a melhor resposta imunológica e ao fato de ainda não ter tido contato com vírus do HPV. No entanto a vacina está indicada em outras faixas etárias e situações”, explica.

Fedrizzi alerta que a infecção por HPV é um problema de saúde pública no Brasil. “Todo ano temos cinco mil mortes relacionadas ao câncer de colo de útero.” O especialista lembra que ainda existem pais que se perguntam por que vacinar se o próprio corpo pode combater por si só as infecções. “Em função disso, diminui-se a cobertura vacinal e começam a aparecer as doenças por falta da prevenção. A criança está em contato com outras pessoas, dentre eles idosos e imunossuprimidos, e nessas pessoas qualquer doença pode ser fatal. Porque não prevenir, ao invés de correr atrás quando aparecem surtos. Infelizmente nossa população ainda vive essa cultura.”

Temas como o HPV na dermatologia, na orofaringe, métodos de diagnóstico e lesões pré-cancerosas, como o papel do pediatra na prevenção foram debatidos durante o encontro. A reunião multidisciplinar contará com a participação de especialistas da Associação Brasileira de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia – Capítulo Minas Gerais (ABGTGIC), Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional Minas Gerais (SBD-MG), Sociedade Brasileira de Urologia – Regional Minas Gerais (SBU-MG), Sociedade de Otorrinolaringologia de Minas Gerais e Sociedade Mineira de Pediatra (SMP). Informações: seaci@ammgmail.org.br ou (31) 3247 1619.

Fotos: Clóvis Campos

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