A pediatra Filomena Camilo do Vale, a Dra. Filó como é carinhosamente chamada por seus pacientes e amigos, levou às lagrimas a plateia que acompanhou a edição, do mês de maio, dia 24, do Terça Cultural. Com o tema 'Saúde e Espiritualidade' ela convidou os participantes a uma reflexão sobre os questionamentos: 'O que eu vejo no outro?', 'Quem eu sou?', 'Por quem eu envelheço?', 'Qual a minha razão de viver?'. Pelo Facebook as pessoas puderam assistir o evento ao vivo, um alcance de mais de 27 mil pessoas de forma orgânica (sem promoção paga) e mais de três mil visualizações e 70 compartilhamentos, no momento da transmissão. Número que não para de crescer. O vídeo está disponível no Facebook da AMMG.
Filó relatou vários casos vivenciados por ela e que demonstraram a importância do amor, do respeito e da fé. "O amor tem o poder de curar. Muitas vezes a doença está na alma. O paciente é um ser que necessita ser olhado por inteiro, com humanidade. Precisamos conhecer a sua história e fazer da nossa profissão um ato de servir." Para os diversos estudantes de medicina que acompanhavam atentos, a especialista alertou: "Não façam medicina por dinheiro, mas se o que te motiva é amar, cuidar, aí sim dediquem-se a esta profissão."
Para a pediatra debater sobre a morte é uma oportunidade de falar sobre a vida. De entender que o tempo é curto e que não devemos adiar a expressão sublime de nossos sentimentos, perdendo a chance de dizer ao outro o quanto o amamos, o que significa para nós, de elogiar e se fazer presente enquanto estamos juntos. Sobre a medicina, Filó disse que ela imprimi ao profissional a capacidade de estar ao lado do outro para ajudar, pacientes e familiares, a caminharem, seja para a cura ou para fazer a transição da morte. "Não deixe o seu paciente morrer sozinho. Trabalhar sobre este olhar é o que me sustenta. Eu tenho um Pai e esta fé me permite, como eu posso, aliviar a dor de alguém hoje. Cuidar do outro na dignidade que ele tem."
Na literatura há estudos demonstrando que os pacientes com fé apresentam desfechos diferentes em suas doenças como internações mais curtas, menor consumo de analgésicos e menos incidência em alguns casos. Em 2012, pesquisadores da Duke University Medical Center, nos Estados Unidos, fizeram um levantamento e observaram que o número de estudos e publicações relacionando saúde e religiosidade se multiplica anualmente e ainda observaram questões interessantes como menores índices de depressão, suicídio e abusos de substâncias como álcool e drogas entre pessoas de fé. Existem ainda registros de pacientes oncológicos que teriam melhor taxa de resposta ao tratamento enquanto envolvidos no exercício de acreditar em algo maior.
Também conforme as pesquisas, a influência da espiritualidade na cura das mais diversas doenças é uma realidade entre profissionais de medicina no mundo inteiro. Nos Estados Unidos, por exemplo, há mais de uma década exige-se que todos os programas de residência para psiquiatras incluam no currículo questões religiosas e espirituais. No Brasil, embora a temática ainda seja tratada com cautela, muitos médicos já admitem ter testemunhado casos impressionantes que não seriam comprovados pela ciência.
O projeto ‘Terça Cultural’ é uma iniciativa da diretoria científica da AMMG e as inscrições são gratuitas. Dia 26 de junho, haverá apresentação da Companhia Nino Crimi. Mais informações: tercacultural@ammgmail.org.br ou pelo telefone (31) 3247 1619. Necessária Inscrição prévia.
Foto: Clóvis Campos
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