Foto: Clóvis Campos
Na noite do dia 15 de fevereiro, a Associação Médica de Minas Gerais (AMMG) promoveu em sua sede uma reunião científica para debater a situação da febre amarela no estado. Representantes da Sociedade Mineira de Infectologia (SMI) e das secretarias Municipal (SMSA) e de Estado de Saúde (SES) apoiaram a iniciativa e contribuíram com informações sobre o atual panorama da doença. De maneira inédita, a entidade transmitiu via Facebook, em tempo real, todo o evento.
Com abertura do vice-presidente da AMMG, Gabriel de Almeida Silva Júnior, e da diretora científica e organizadora do evento, Luciana Costa, foi ressaltada a importância de especialistas e do poder público se unirem para combater a febre amarela que já se alastra para as áreas urbanas. O presidente da SMI, Estevão Urbano, coordenou os trabalhos que começaram com as explanações do subsecretário de Vigilância e Proteção à Saúde da SES, Rodrigo Fabiano do Carmo Said.
Said afirmou que a principal recomendação do Ministério da Saúde (MS) é barrar a proliferação da febre amarela silvestre, pois nas áreas rurais é que surgiram as suspeitas da doença em macacos (epizootia) e também os primeiros casos em humanos. “As notificações de epizootia de primata no norte do estado geraram o alerta da Secretaria. A partir daí levantamos questões e sobre como a vigilância deve ser feita e acionamos o Ministério”, explicou.
O subsecretário revelou que estão sendo estudados caso a caso, mas que a melhor estratégia, até então, é conseguir vacinar 100% do estado. “Até o dia 14 de fevereiro, já tínhamos 902 casos notificados e destes 202 estão confirmados. Dos 169 óbitos suspeitos de decorrência da febre amarela, 69 receberam confirmação. E dos municípios, temos 39 certos de que há a doença, dentre 79 suspeitos”, esclareceu. “Contatamos a Fundação Ezequiel Dias para avaliar exames laboratoriais do início de dezembro. Mesmo sem todas as confirmações, o Ministério foi alertado sobre o possível surto.”
A diretora da SMI, Virgínia Zambelli, abordou os aspectos clínicos, deixando claro que a febre amarela é altamente letal e por este motivo requer atenção redobrada por parte dos médicos e da saúde pública. “O período de incubação do vírus, após a picada do mosquito, ocorre entre três e seis dias, e os sintomas começam a ficar aparentes no sétimo dia. A doença é dinâmica, com a possibilidade de piora em dias ou em poucas horas.”
Zambelli contou que nas regiões endêmicas o cartão de vacina está sendo desconsiderado e todas as pessoas estão sendo imunizadas. “Em todas as formas da febre amarela, seja leve, moderada ou grave, deve haver a notificação compulsória, ouse seja, qualquer suspeita deve ser notificadas. O médico precisa se ater ao quadro clínico do paciente, desde febre, cefaleia, mialgia, entre outros sintomas brandos, até às hemorragias, icterícia, insuficiência renal, aguda e aos demais órgãos que podem ficar comprometidos em um curto espaço de tempo”, avaliou.
Após as palestras, além dos representantes da SMI e SES, a médica epidemiologista e gerente de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, Lúcia Miana Mattos Paixão, respondeu as perguntas do público e se disponibilizou para receber novos questionamentos por meio da SMSA. Via Facebook e no local do evento, comunidade, estudantes de medicina, médicos e demais profissionais da área de saúde sanaram suas dúvidas. O conteúdo pode ser assistido por meio do link: https://www.facebook.com/associacaomedicademinasgerais/?fref=ts&__mref=message_bubble. Dados sobre a febre amarela, tanto para especialistas quanto para o público leigo, podem ser acessadas no site da SES: www.saude.mg.ogv.vr/febreamarela.
Mais informações sobre a programação científica da AMMG podem ser obtidas pelo telefone (31) 3247 1619 ou pelo email eventos@ammgmail.org.br.