Na noite da segunda-feira, 20 de setembro, como parte das celebrações do ‘Setembro Amarelo’, aconteceu o fórum ‘A Saúde Mental dos Médicos e Estudantes de Medicina no Brasil’, no auditório do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM MG), em parceria com a Associação Médica de Minas Gerais (AMMG) e o Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed MG).
Coordenado pelo diretor adjunto de Comunicação e Marketing da AMMG e conselheiro do CRM MG, Paulo Roberto Repsold, o evento contou com a participação do presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Antônio Geraldo da Silva, do professor do Departamento de Saúde Mental da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (FM UFMG), Frederico Garcia, e do professor do Departamento de Saúde Mental da FM UFMG, Antônio Alvim Júnior.
O presidente da ABP, Antônio Geraldo da Silva, afirmou que um período de incertezas como o da pandemia da Covid-19, a doenças mentais desencadeadas neste período merecem atenção. Destacou o aumento dos índices das enfermidades em estudantes de medicina, levando ao crescimento também do número de suicídios entre eles. “Praticamente 50% de que se suicida têm doença mental”, explica.
Para o professor do Departamento de Saúde Mental da FM UFMG, Frederico Garcia, é intrigante a questão “como o médico pode adoecer se é o responsável em prover saúde para os cidadãos?”. Ele exemplifica com outro questionamento: “o médico recebe formação para cuidar de si mesmo?”. Segundo Garcia, há uma falha que deve ser trabalhada já na residência médica para prevenir as patologias, inclusive os transtornos mentais em médicos.
Sobre os estudantes de medicina, o professor do Departamento de Saúde Mental da FM UFMG, Antônio Alvim Júnior, destaca que, de maneira geral, nas escolas os docentes que ministram saúde mental não têm a formação para fazê-lo. “Algumas instituições contam com núcleos de apoio aos alunos, mas não são todas.” De acordo com ele, quando não houver o suporte na universidade, um encaminhamento deve ser feito ao sistema de saúde pública.
Perguntas como o acesso ao atendimento em saúde mental, vagas de residência em psiquiatria, sobretudo na especialidade psiquiatria infantil foram abordadas. As entidades de classe, conforme os palestrantes, acompanham a legislação vigente e trabalham em prol de uma assistência de qualidade para toda a população.
Fotos: Gláucia Robrigues