Este material é parte de documento, consolidado, sobre os principais itens discutidos na Reunião do Conselho de Defesa Profissional da Associação Médica Brasileira AMB em 29/08/2017, que têm sido utilizados para que se criem “vilões” na saúde suplementar, permitindo tanto aos gestores privados como públicos lançarem mão de “soluções” inusitadas que já demonstram trazer grande prejuízo à população brasileira e aos profissionais de saúde, ambos imprescindíveis e fundamentais nos sistemas de saúde do país.
1 – Sinistralidade
TAXA DE SINISTRALIDADE: Segundo a ANS é o índice de despesas assistenciais, ou despesas médicas. Mostra a relação entre despesas assistenciais e o total das receitas com a operação de planos de saúde (contraprestações efetivas).
Os números apontados pela ANS não refletem a realidade das operadoras:
Planos com custeio pós pagamento não devem ser considerados para fins de cálculo da sinistralidade, pois não há receita prévia.
Valores de glosa, devolução e outros “não pagos” não são demonstrados e podem estar embutidas nas despesas assistenciais.
Não há nenhuma informação das despesas administrativas e dos valores destinados a reinvestimento, do lucro e dividendos, da corretagem entre outras.
A AMB considera a sinistralidade uma “caixa preta” na qual são colocados apenas os rótulos e registros que interessam. Usam o argumento de que há aumento da sinistralidade, apontando perdas e reduções de lucratividade.
O lucro não reduziu como demonstrado no exemplo abaixo:
Um plano de saúde em 2015 tinha a mensalidade de R$ 300,00, com lucro de 2% = R$6,00 por beneficiário.
Em 2016 este mesmo plano reajusta a mensalidade para R$ 400,00 (aumento de 33,3%*), alegando alta sinistralidade e redução do lucro para 1,8% (redução em 10%) = R$7,20 por beneficiário.
No final um aumento de lucro de 20% por beneficiário.
Portanto, o argumento sobre aumento da sinistralidade está sendo usada para permitir o aumento das mensalidades e no mínimo a manutenção do lucro, bem acima da inflação, enquanto o reajuste dos serviços dos profissionais de saúde sequer corrige perdas inflacionárias.
(*) Os reajustes estão variando entre 20%, 30% e até 42%, ou seja, bem acima das metas estabelecidas pela ANS para os planos Individuais e familiares, que no ano de 2016 foi de 13,57%. Fonte: Folhanobre.com.br
Planos de saúde por adesão tiveram reajuste até três vezes acima da inflação
Fonte: Notícias R7
Fonte oficial: Conselho de Defesa Profissional da Associação Médica Brasileira AMB