login
Primeiro acesso? Clique aqui

Este site foi desenvolvido com tecnologias avançadas para
lhe proporcionar uma experiência incrível.
Infelizmente, este navegador não é suportado

Sugerimos que você use o
Google Chrome para melhores resultados.

Caravana da Solidariedade 

8 de novembro de 2021

O voluntariado tem sido a principal arma para levar um pouco de dignidade até as comunidades carentes. Considerando fazer o bem para a sociedade também uma missão, a Associação Médica de Minas Gerais (AMMG) e o Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed MG), em parceria com a Plataforma I-social, ONG Amigos de Minas e a Sociedade de Acadêmicos de Medicina de Minas Gerais (Sammg) se engajaram numa belíssima ação de amor ao próximo: a Caravana da Solidariedade, tendo como destino São João das Missões, o município de menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de Minas e o terceiro mais pobre do Brasil.  Também houve a parceria do Grupo Fisioergo, que a realizou o teste de COVID-19 em todos os voluntários.

A iniciativa surgiu do desejo da diretoria de expandir sua ação para além das portas da entidade, oferecendo o bem mais precioso para qualquer ser humano: saúde. Além do custeio dos testes, realizado na própria sede da entidade, o sindicato forneceu lanche antes do embarque e entregou um Kit lanche para cada voluntário levar na viagem.

Assim, por meio da diretora de Promoções Culturais e Responsabilidade Social da AMMGe administrativa do Sinmed MG, Walnéia Moreira, foi realizado contato com a ONG Amigos de Minas para levar adiante o projeto. Com 20 anos de atuação, a ONG realiza há nove anos um belíssimo trabalho em São João das Missões, no Norte de Minas, uma região de extrema pobreza e vulnerabilidade. À população urbana de 3 mil habitantes somam-se os 10 mil habitantes das reservas indígena, com 35 aldeias.

Segundo a coordenadora da ONG, Marlene Valverde, essa foi a primeira caravana de saúde:  “A adesão foi muito além da nossa expectativa. Esperávamos uns 10 profissionais da área e tivemos 50, entre médicos, dentistas, psicólogos, enfermeiros e outros”. No total, participaram da caravana mais de 100 pessoas, contando com os outros profissionais e equipe de apoio.

A caravana partiu do Sindicato dos Médicos, Em Belo Horizonte, na noite de sexta-feira, dia 29 de outubro e retornou na manhã de segunda-feira, dia 1º novembro.  Entre os voluntários, estavam também a conselheira fiscal do sindicato e pediatra Ana Cláudia Queiroz Gomes, que se responsabilizou pela brinquedoteca, e a ex-diretora e também pediatra Mercedes Zucheratto.  Pessoas que fizeram a diferença na vida de muitos na cidade de São João das Missões e região.

Segundo a coordenadora de Saúde da caravana, Walnéia Moreira, “muitas pessoas acreditam que ações de responsabilidade social só podem ser realizadas por empresas ou ONGs, mas a verdade é que qualquer pessoa pode fazer a sua parte no âmbito profissional, familiar ou individual”

Para o presidente da ONG Amigos de Minas, Márcio Rodrigues da Silva, “sempre foi um sonho fazer um trabalho voltado especificamente para promover a saúde das famílias carentes de São João das Missões. A iniciativa é fantástica. Só gratidão”!

Embora o número final ainda esteja sendo contabilizado, Walnéia Moreira acredita que foram mais de 600 atendimentos médicos e odontológicos e 125 ultrassonografias tanto nos dois postos da cidade como em duas aldeias indígenas, além de 50 visitas domiciliares.

 

PREPARATIVOS DURARAM TRÊS MESES

Após o contato com a ONG Amigos de Minas, conta Walnéia Moreira, foram três meses de preparativos para organizar a caravana e correr atrás das doações e dos profissionais de saúde, especialmente especialistas.

Foram arrecadados alimentos para distribuição de 113 cestas básicas, 56 filtros de barro, mais de 5 mil caixas de medicamentos (antibióticos, antiinflamatórios, antiparasitários, cortisona etc), brinquedos, material escolar e material de limpeza e higiene pessoal, como 5 mil absorventes, entre dezenas de outros itens.

Já a equipe de voluntários médicos contou com 10 clínicos geral, 3 pediatras, 2 ginecologistas, 1 neurologista, 1 cirurgião, 1 psiquiatra, 1 ultrassonografista e 11 acadêmicos de medicina.

Foram 12 horas de viagem, incluindo baldeação para ônibus escolares, devido à estrada de terra no fim do trajeto. Cada voluntário pagou pelo seu transporte, hospedagem e alimentação. Foi um desafio atrás do outro – sensação térmica de 45 graus, quartos sem banheiro, falta de água potável, enfrentados com a alegria e a disposição de estar à frente de uma missão como essa. Não havia tempo a perder.  Durante a viagem de volta os relatos das situações vividas, como a de um senhor encontrado sozinho em sua casa deitado no chão, e a falta de comida no prato das crianças, alimentadas com farinha, emocionaram e trouxeram lágrimas de todos.

 

Situação da saúde é tão precária como o IDH

Jair Xacriabá, prefeito de São João das Missões, também da comunidade indígena, disse que a situação da saúde no município é tão precária como o IDH: “Temos deficiências em todas as áreas, falta mão de obra e todo tipo de estrutura.  As demandas hospitalares são atendidas em Montes Claros e Brasília de Minas”.

Segundo ele a parte de exames (ressonâncias, tomografias etc) e especialidades é a mais carente, com um fila enorme à espera de atendimento. Somente na ultrassonografia eram  600 exames em espera.

“A vinda da caravana da saúde nos salvou, caiu do céu, conseguimos adiantar vários exames e atendimentos, não sabemos nem como agradecer a todos, em especial aos profissionais de saúde que vieram. O que a prefeitura puder fazer para dar apoio à ONG ainda é pouco diante do trabalho deles em nossa município, principalmente num momento tão difícil como o que estamos passando”.

A pediatra e conselheira fiscal do sindicato, Ana Cláudia Queiroz Gomes, diz  que nunca tinha participado de uma ação como essa; “Foi uma experiência única, que todos devem viver”. Elogiou a iniciativa do sindicato na busca de promover o bem viver dos médicos para além das questões de trabalho, criando oportunidade para que as pessoas possam se encontrar, se socializarem e também promover e fazer o bem”.

Conta ela: “O foco era contribuir de alguma forma, e como eu tenho sempre um olhar do processo ser menos assistencialista foi sugerida a questão da brinquedoteca e eu topei o desafio na hora”. Cerca de 200 crianças participaram do espaço, vivendo uma experiência nova, emocionante e acima de tudo transformadora.  Ana Claúdia faz questão de agradecer o apoio e orientação pedagógica da voluntária Isabel Cristina, diretora de uma creche infantil no bairro Goiânia.

Mercedes Zucheratto, pediatra, ex-diretora do Sinmed,  também participou pela primeira vez de uma caravana de solidariedade. Ela conta que a princípio estava escalada para atender numa aldeia, mas acabaram precisando dela num posto montado na escola, onde trabalhou 13 horas seguidas, praticamente sem descanso – “O envolvimento é tão grande que nem vemos o tempo passar. Foi uma experiência muito gratificante. É uma comunidade muito carente, é triste ver essa desigualdade social. Sou apaixonada por criança, e algumas cenas ficarão marcada na minha vida, com um menino que perguntou quando eu ia voltar”.

Ariene Carolina de Oliveira e Souza, estudante do 8º período de Medicina da Faculdade de Barbacena, disse antes do embarque que sempre teve muita vontade de fazer parte de ações sociais: “Quando soube da Caravana fiquei muito empolgada pela oportunidade de ter uma vivência diferente para contribuir um pouquinho para ajudar outras pessoas. Estou muito feliz em poder ajudar”.

 

DEPOIMENTO

“Ser voluntário é fazer parte de um movimento de amor. É se doar de corpo e alma, e sentir o coração transbordar amor, quando recebemos um sorriso sincero. É se colocar no lugar do outro, e fazer por ele o que gostaria que fizessem por nós.
Ser voluntário é enxergar a vontade e delicadeza de Deus em cada pessoa que ajudamos. É compreender que devemos recomeçar todos os dias fazendo o bem, pois Jesus passou todos seus dias nesse mundo fazendo o bem.
Ser voluntário é a cada missão ganhar uma família em amor e solidariedade. É ser construído e desconstruído a cada missão e chegar sempre, de alguma forma, transformado.
Ser voluntário é acordar todos os dias e agradecer a Deus pela oportunidade de poder ajudar e ao final entender que os mais beneficiados somos nós mesmos”. 

Walnéia Moreira, coordenadora de Saúde da Caravana e diretora de Promoções Culturais e Responsabilidade Social da AMMG e diretora Administrativa do Sinmed-MG

Fotos: Lilly Costa

Fonte: Assessoria de Imprensa do Sinmed MG

X