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Candidatos apresentaram propostas

18 de outubro de 2016

Candidatos à PBH apresentaram propostas na AMMG

Na noite do dia 17 de outubro, a Associação Médica de Minas Gerais (AMMG) sediou o debate entre os candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), Alexandre Kalil (PHS) e João Leite (PSDB). Médicos, estudantes de medicina e demais profissionais da saúde acompanharam as rodadas de perguntas feitas pelas entidades médicas e os questionamentos feitos entre os dois políticos. O encontro foi uma promoção da AMMG, Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM MG) e do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed MG).

O vice-presidente da AMMG, Gabriel de Almeida Silva Júnior, abriu o evento destacando que “na vida das pessoas e das cidades há momentos decisivos”. “Esse momento que vivemos parece um deles. Os cidadãos brasileiros, especialmente os de Belo Horizonte, mostraram-se extremamente descontentes com os políticos no primeiro turno.” Para ele, a prova disto “foi a soma dos ausentes, votos nulos e brancos, que chegou a 43%”. “Esperamos que os candidatos atentem a isso”, frisou.

“Quanto aos cidadãos, que entendam que esse descontentamento deve fortalecer a democracia e não contrário, pois é através dele que vamos continuar aperfeiçoando nossas instituições”, desabafou o vice-presidente da AMMG. Ele finalizou dizendo que as melhorias devem iniciar pelos municípios, lugares em que vivemos. “Por isto, estamos aqui hoje para ouvir as propostas e debater com os candidatos a prefeito de nossa cidade.”

O diretor de benefícios da AMMG e presidente do CRM MG, Fábio Augusto de Castro Guerra, agradeceu a disponibilidade dos candidatos em discutirem o descontentamento da população. “A saúde passa por um grave período pela falta de financiamento. Esperamos, no dia de hoje, encontrar pelo menos um caminho para possíveis soluções.”

Já o presidente do Sinmed MG, Fernando Luiz Mendonça, reiterou que a maior preocupação do belorizontino é a saúde. “São mais de dois milhões de pessoas afetadas pelos problemas do setor. BH já foi referência na área e esperamos que continue sendo.”

Mediado pelo jornalista Paulo Leite, o debate começou com uma breve apresentação de cada candidato. Alexandre Kalil afirmou que a saúde não pode ser um bom negócio, pois, de acordo com ele, é algo ambicionado por partidos políticos. “Estamos falando de gestão e de dinheiro. E a saúde é isto e é também a coisa mais séria para o povo brasileiro.” João Leite contou que dados do Instituto Paraná de Pesquisas apontam que 50% dos brasileiros consideram a saúde mais importante. “Queremos deixar as pessoas mais saudáveis.”

Ambos foram arguidos sobre a melhoria na estrutura das urgências e emergências. Para Kalil o primeiro passo é saber onde está o fluxo, ou seja, o gargalo do atendimento primário, para depois pensar em soluções. Leite respondeu que sua proposta é reestruturar os hospitais do Barreiro, Risoleta Neves e Odilon Behrens. “Faremos também um consórcio metropolitano, pois este tipo de atendimento é feito em rede. Vamos então conversar com os prefeitos das cidades vizinhas.”

Os níveis de atendimento do setor de saúde também foram questionados. O candidato do PSDB considera que o município conta com serviços suficientes e o problema maior é o repasse de recursos feito nos últimos anos pelo Governo Federal. A falta de orçamento da PBH é o que mantém médicos presos, sem ter o que fazer, na opinião do candidato do PHS. “A prefeitura não tem um planejamento”, disse.

Sobre a defasagem dos vencimentos dos servidores públicos do setor em BH, Leite acredita que é uma herança dos governos anteriores e que atualmente há uma crise fiscal. Ele se comprometeu a dialogar pessoalmente com a classe médica para conhecer cada uma das situações. Kalil falou que é irresponsabilidade prometer recomposição diante das perdas e do quadro atual da prefeitura.

Ainda dentro do tema vencimentos, João Leite lamentou os atrasos nos honorários médicos a partir das cooperativas e sinalizou que irá se reunir com a classe e representantes do meio. Kalil respondeu sobre a falta de estrutura em postos da capital e revelou ter feito a escolha de quem será o seu secretário de saúde para não deixar os problemas irem além do ponto em que já chegaram.

A proliferação das escolas médicas, apontada por acadêmicos de medicina, levou Leite a prometer, junto às entidades de classe, a criação de um plano de formação e transformar Belo Horizonte em uma “grande escola de saúde”. A situação dos hospitais filantrópicos foi o questionamento para Kalil. Ele lembrou que o Hospital Risoleta Neves já esteve prestes a fechar as portas por falta de recursos. “Precisamos aproveitar o que tem de bom e retirar o que tem de ruim nos hospitais filantrópicos.”

A Central dos Hospitais de Minas Gerais preconiza que a fiscalização dessas instituições deve ser padronizada. Leite disse que para isto irá qualificar os fiscais, sem abrir mão dos critérios que garantem a qualidade do atendimento à comunidade. “Teremos o Portal Transparência, no qual colocaremos a prestação de contas dos hospitais.” O Instituto Brasileiro para Estudo e Desenvolvimento do Setor de Saúde (Ibedess) perguntou a Kalil se estaria disposto a discutir a judicialização da saúde. A resposta foi positiva, embora ele tenha afirmado que a questão não afeta o orçamento municipal.

Na etapa final do debate, os aspirantes ao cargo de prefeito fizeram perguntas um ao outro, com direito à réplica e tréplica às respostas, conforme abaixo:

Pergunta Kalil (K): Em sua gestão será feita uma reforma geral com a saída de pessoas do seu partido que ainda ocupam cargos na prefeitura?

Resposta Leite (L): O senhor não está bem informado sobre os partidos. Portanto não tenho explicações a dar sobre os cargos.

Réplica K: É apenas uma pergunta técnica. O atual corpo da prefeitura continuará?

Tréplica L: Acredito que as explicações devem vir de quem está lá neste momento.

Pergunta L: Como pretende lidar com a rede de urgência e emergência da Região Metropolitana de Belo Horizonte?

Resposta K: Vamos cuidar do setor primário para aliviar a urgência.

Réplica L: É fundamental promover um entendimento entre Samu e os bombeiros. Há ambulâncias que não funcionam e precisamos cuidar da central que regula tudo isso.

Tréplica K: Repito que o problema é de gestão. Precisa ser colocado dinheiro em tudo. 2017 será o ano da saúde.

Pergunta K: Os números da dengue são alarmantes. Como o senhor pretende solucionar o problema?

Resposta L: A PBH vai enfrentar a situação com a equipe que tem e promover o tratamento com uma aliança de atendimento.

Réplica K: Nós colocaremos gente do ramo para solucionar o problema.

Tréplica L: O candidato citou seu histórico político.

Pergunta L: O que pretende fazer com os hospitais do Barreiro, Risoleta Neves e Odilon Behrens?

Resposta K: Queremos transformar o Hospital do Barreiro em um centro de especialidades médicas. O Risoleta precisa ser assumido por alguém. O Odilon teve a promessa de uma maternidade e é o que temos a fazer. Mas o grande passo é colocar o Hospital do Barreiro funcionando.

Réplica L: O Hospital do Barreiro precisa ser um vetor para o atendimento de urgências, assim como o Risoleta. E vamos revitalizar o Odilon.

Tréplica K: O Risoleta atende 50% da população de BH e precisa de mais dinheiro. Temos que fazer o repasse de maneira justa.

Pergunta K: Qual o orçamento que colocará no Hospital do Barreiro por mês?

Resposta L: 24 milhões por mês. O Ministério da Saúde aponta menos recursos, mas vamos pedir emendas orçamentárias aos deputados no valor de 100 milhões iniciais para BH.

Réplica K: Senadores e deputados nunca olharam pela saúde. Eles têm que vir a público explicar porque deixaram a saúde chegar aonde chegou.

Tréplica L: Os deputados federais já colocaram emendas em diversos hospitais de BH e os senadores também. Precisamos conversar e pedir mais recursos para a cidade.

Pergunta L: Qual a sua proposta em relação às capivaras na Lagoa da Pampulha?

Resposta K: A decisão já foi judicializada, mas se fosse minha, mandaria as capivaras para outro estado e dedetizaria a Lagoa da Pampulha. As devolveria para o seu habitat natural.

Réplica L: Tratarei com atenção o manejo desses animais, com segurança e respeitando as questões ambientais.

Tréplica K: É o que irei fazer: respeitar as questões ambientais.

 

Considerações finais:

Alexandre Kalil afirmou ter um grande carinho pela classe médica que, em sua opinião, é fundamental na vida de todos. Contou sobre as experiências do filho médico e de seu orgulho pela profissão que ele escolheu: “Quando vejo um jaleco, vejo a figura de Deus”, e finalizou dizendo “precisamos muito de vocês médicos”.

João Leite destacou que, sendo eleito, a saúde será prioridade em seu governo, pois outras coisas podem esperar, mas esse tema não. Disse ainda que precisa dos médicos com a autoestima elevada e empolgados para discutirem as soluções dos problemas: “Não faremos nada sozinhos, porque fazer algo errado é perder vidas”. Ele relatou que acreditará na política de Juscelino Kubitschek, que foi médico, para honrar o seu compromisso de governo.

Fonte: AI AMMG

Fotos: Gláucia Rodrigues

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