AMMG Cultural online: Viver não dói: o que muda com a pandemia
A terça-feira, 9 de junho, foi uma noite especial com momentos de reflexão e uma oportunidade de repensar a vida de uma maneira mais leve. No AMMG Cultural online, com apoio da Academia Mineira de Medicina, o diretor de Assuntos Culturais e Responsabilidade Social da Associação Médica de Minas Gerais, Marconi Gomes recebeu a escritora e jornalista Leila Ferreira. Reconhecida como uma das mais cativantes e competentes jornalistas e escritoras de Minas Gerais, Leila já lançou seis livros: “Que ninguém nos Ouça”, “Mulheres – Por que será que elas…?”, “Leila Entrevista: Bastidores”, “Viver não dói” e o best-seller “A Arte de Ser Leve”, que já alcançou a marca de mais de 100 mil exemplares e acaba de ser publicada na Espanha. A mais recente das obras literárias dela, “O Amor Que Sinto Agora”, lançado em 2018, alcançou a lista dos mais vendidos da Amazon Brasil no mês de seu lançamento.
‘Viver não dói: o que muda com a pandemia?’, foi o gancho para um bate- papo descontraído e leve. Com uma abertura cativante por parte de Gomes, que fez um preambulo sobre a história da jornalista, de sua vida e seus laços, o decorrer da conversa transcorreu como se abrissem janelas para o olhar e coração de cada telespectador.
Cidadã do mundo, mas acima de tudo, mineira de Araxá, Ferreira falou que sua grande faculdade se baseou em todas as conversas que fez ao longo de sua profissão. Ao redor do fogão à lenha, no interior de Minas, foi onde a escritora começou a tecer os fios da vida, com muitas histórias, cheiros e memórias.
Para Marconi Gomes, todo o aprendizado, mesmo que hoje, por exemplo, esteja muito calcado no sofrimento e na dor, jamais pode ser desperdiçado. E para Leila, de fato, este sofrimento não pode ser em vão. Ele precisa ser utilizado como matéria prima para algo melhor. “Minha mãe nos ensinou que todo o sofrimento pelos quais passamos, e foram muitos, jamais poderiam se converter em amargura, revolta ou vitimismo. Eles eram processados por uma maneira muito sábia pela minha mãe, e nos ajudou a ter mais empatia pelas pessoas, a prestar mais atenção no outro.”
Segundo Ferreira, a maior universidade foi a vida, sobretudo que sua mãe passou, “trate bem os outros, se coloque no lugar deles. E isso abre portas, mas, não fazemos isso para que as portas se abram. Fazemos muito isso, para abrirmos janelas na vida dos outros.”
Guardar o pessimismo para dias melhores
De uma conversa com Frei Beto, a escritora lembra a seguinte frase dita por ele “eu prefiro guardar meu pessimismo para dias melhores”. Dessa reflexão, a jornalista fala sobre pessimismo, esperança e o olhar ao próximo. “Nesse momento, sobretudo em época de pandemia, e como a angustia, medo e ansiedade, é preciso se reinventar e exercitar o otimismo.”
Marconi, no decorrer do bate-papo pediu a escritora que falasse também da dor como veículo de nossa consciência, já que ela acaba despertando em nós algumas forças que desconhecemos.
Segundo Ferreira, ‘viver não dói’ é uma provocação que vem de um poema de Emílio Moura, que fala ‘viver não dói, o que dói é a vida que se não vive, tanto mais bela sonhada, quanto mais triste perdida’. “Então viver dói muito, mas não viver dói mais ainda. Prefiro a dor do viver, que a anestesia do não viver. E mais, não temos com isso ne nenhum manual de instruções. E é por meio dela que podemos crescer, ter mais reflexões, ser mais leves”.
Assista ao vídeo completo em nosso canal do youtube: https://www.youtube.com/watch?v=P21me6tA4Rk
Para quem já viu e quer assistir de novo. E para quem não pode acompanhar, separe um tempo para se deliciar com essa conversa que alimentou a alma e o coração.