Seja um doador de órgãos, saiba o porquê
Setembro Verde celebra a importância desse ato e de externar à família que é seu desejo doar
Você sabia? 67% dos brasileiros maiores de 18 anos têm o desejo de doar órgãos, mas 46% deles não avisou ainda a sua família. A recusa familiar ainda é um dos principais motivos para que não haja tantas doações, devido à falta de conversa com amigos e parentes sobre esse desejo. É preciso dizer à sua família que você é um doador de órgãos, mesmo tendo documento escrito. A campanha Setembro Verde, promovida Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), reforça a importância de comunicar essa vontade a todos próximos. A Associação Médica de Minas Gerais (AMMG), apoia esta iniciativa!
Um transplante só é realizado quando o órgão é doado! De acordo a ABTO, além do problema da pandemia que afetou a doação, o Brasil ainda esbarra na taxa de negação familiar, girando em torno de 40%, um percentual considerado alto pela entidade e órgãos reguladores. Dados da ABTO, em 2020, revelam que 43% dos familiares ou responsáveis recusaram a doação de órgãos de seus parentes após morte encefálica comprovada.
Segundo o Ministério da Saúde (MS), o país manteve os programas de transplantes, mas teve redução de cerca 40% nos procedimentos. De janeiro a julho de 2019, foram realizadas 15.827 cirurgias e, no mesmo período em 2020, foram 9.952. Neste ano, mais de 41 mil pessoas aguardam em fila por um órgão. O fato de familiares ou responsáveis recusarem a doação de órgãos de seus parentes após morte encefálica comprovada ainda é um desafio que precisa ser vencido.
O diretor Científico da Associação Médica de Minas Gerais e coordenador do Serviço de Transplante de Fígado da Santa Casa de Belo Horizonte, Agnaldo Soares Lima, conta que há anos tentam melhorar o número de doadores para beneficiar mais pacientes que estão na fila, sobretudo em Minas Gerais. “Dois pontos precisam ser abordados para mudar esse quadro. Um é o trabalho intenso junto as equipes médicas quanto as notificações, mostrando como é importante comunicar a morte encefálica para dar início a todo o processo. E a outra questão é a conscientização por parte da população. A doação de órgãos é um ato de empatia e amor ao próximo. Deixar este desejo claro aos familiares faz toda a diferença.”
NO BRASIL
No Brasil há a Lei dos Transplantes que regulamenta a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento. Os órgãos para transplantes podem ser doados por pessoas vivas ou mortas. Uma pessoa viva pode doar um dos rins, parte do fígado, do pulmão e da medula óssea. No caso de pessoas mortas, são dois os tipos de doadores: o doador falecido após morte cerebral, que pode doar coração, pulmões, fígado, pâncreas, intestino, rins, córnea, vasos, pele, ossos e tendões. Ou o doador que teve parada cardiorrespiratória, que pode doar apenas tecidos para transplante: córnea, vasos, pele, ossos e tendões. Nos dois casos, a morte encefálica precisa ser confirmada.
O Brasil conta, hoje, com mais de 45 mil pacientes na fila de espera. Pensem neste número. Não é preciso ter nada escrito! Os familiares (pais, filhos, avós, netos, irmãos e cônjuge (ou companheiro em união estável) são os únicos e exclusivos que devem se comprometer a autorizar a doação de seus órgãos após a sua morte e, aí sim, será por escrito.
Seja um doador e faça a diferença! Ligue para saber mais. MG Transplantes: 0800-283-7183.